À espera de nova lei do frete, caminhoneiros intensificam greve no Paraguai

Quinta-feira (5) começou com novos protestos da categoria, que reivindica reajuste na tabela de preços.

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Quinta-feira (5) de tensão e expectativa no Paraguai quanto à inclusão, como um dos itens da pauta do Senado, do projeto de lei que regulamenta a tabela do frete rodoviário no país. A matéria, encaminhada na segunda-feira (2) pelo governo do presidente Mario Abdo Benítez, tramita em regime de urgência, mas ainda não conta com os pareceres das comissões internas da Casa.

Para pressionar pela aprovação já na sessão de hoje, motoristas ligados a entidades como a Federação dos Caminhoneiros do Paraguai intensificaram o movimento grevista, com caminhões parados nas rodovias de acesso à capital Assunção e em diversos pontos do território paraguaio, como no antigo km 30 da Rodovia Internacional, em Minga Guazú, e no km 10, perímetro urbano de Ciudad del Este.

Em reportagem exibida nos telejornais de quarta-feira (4), a RPC TV, afiliada da Rede Globo, informou que caminhoneiros brasileiros estão sendo impedidos de circular pelas estradas paraguaias, desde segunda-feira (2), mesmo com os veículos vazios. Retidos nos piquetes, os profissionais enfrentam dificuldades para acesso a comida e banheiro.

A principal queixa dos caminhoneiros paraguaios é quanto aos baixos preços em vigor no mercado local, que não cobririam, sequer, os custos com óleo diesel nos trajetos internos ou nos deslocamentos em direção ao território brasileiro, onde o combustível também tem valor elevado. O estabelecimento de um preço mínimo, bem como mecanismos para reajustes e compensações, corrigiria as distorções existentes.

Do lado do setor produtivo, instituições como a Federação da Produção, Indústria e Comércio (Feprinco) emitiram comunicados nos quais pedem aos parlamentares que rejeitem o projeto de lei. “Nossa posição é a de não aceitar a fixação de preços por lei, porque isso claramente vai contra nossos princípios constitucionais”, defendeu Beltrán Macchi, presidente da Feprinco, em entrevista coletiva.

A sessão do Senado tem início a partir das 10h (hora brasileira) e pode ser acompanhada ao vivo na internet, no canal do legislativo paraguaio no YouTube. A base governista, em tese, tem os votos necessários para a aprovação da matéria, mas parlamentares do próprio Partido Colorado, ligados ao agronegócio, questionam o teor do texto, cuja análise deve estender-se ao longo do dia.

Na fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, a paralisação tem gerado filas de caminhões no acesso à Ponte Internacional da Amizade, o que tende a continuar pelos próximos dias (mesmo que o impasse chegue ao fim nesta quinta), até que o fluxo de veículos retorne ao ritmo habitual.

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