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Brasileiro vítima de fraude é “expulso” do Paraguai por bandidos

Turista procedente do Rio Grande do Norte diz ter sido “escoltado” até a Ponte da Amizade para não denunciar o caso.

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Brasileiro vítima de fraude é “expulso” do Paraguai por bandidos
Pista de saída da aduana paraguaia de Ciudad del Este, sentido Brasil. Foto: Marcos Labanca/H2FOZ

Um turista de nacionalidade brasileira, residente em Natal (RN), procurou as autoridades paraguaias, nessa terça-feira (19), para denunciar ter sido vítima de fraude em uma loja da área central de Ciudad del Este, indicada por um suposto “guia de compras” que o abordou nas imediações da Ponte Internacional da Amizade.

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Conforme o relato, amplamente repercutido pela imprensa local, o brasileiro, de primeiro nome Marcel, cruzou a fronteira no dia anterior, sendo levado pelo pirañita (termo depreciativo usado pelos paraguaios em relação aos autônomos envolvidos em fraudes) até uma loja na Avenida Adrián Jara, esquina com a Rua Piribebuy.

No local, o turista fez compra no valor de R$ 8.750, correspondente a um notebook, um celular e dez cartões de memória para celular. Parte do valor foi paga em dinheiro, enquanto o restante foi transferido pelo PIX, para uma conta em nome de um terceiro no Brasil, sem qualquer ligação comprovada com a loja.

Na hora da entrega da mercadoria, contudo, o brasileiro recebeu apenas um notebook de configuração inferior e um eletrônico não solicitado, sendo rodeado por um grupo de indivíduos e “escoltado” por três homens até a Ponte da Amizade, para que fosse embora do país sem relatar o caso às autoridades.

Devidamente orientado, o turista retornou na jornada seguinte e registrou a denúncia em órgãos como o Escritório de Defesa do Consumidor e o Ministério Público do Paraguai, cujo promotor de plantão, Gabriel Segovia Villasanti, acompanhou o estrangeiro até o local e lavrou ata sobre o ocorrido.

De acordo com o jornal ABC Color, um homem de nacionalidade paraguaia, que se apresentou como gerente, concordou em restituir o dinheiro ao brasileiro. O estabelecimento, segundo o referido jornal, é o mesmo no qual, duas semanas atrás, outro brasileiro relatou fraude similar.

“Apesar de contar com esses antecedentes, o suposto local comercial continua aberto e operando com total impunidade. A permissividade da prefeitura de Ciudad del Este e a cumplicidade do Ministério Público permitiram com que [os supostos lojistas] continuem fazendo vítimas”, denuncia o ABC Color, em matéria publicada na edição on-line.

Providências

Na semana passada, empresários de Ciudad del Este foram até a capital do país, Assunção, para pedir a autoridades como o ministro do Interior, Enrique Riera, a adoção de providências efetivas para combater a ocorrência de fraudes, assaltos e sequestros que prejudicam a atividade comercial no lado paraguaio da fronteira.

A principal queixa é quanto à falta de resultado nas ações de enfrentamento à criminalidade, além das denúncias de cumplicidade ou conivência de agentes públicos. Desde o início do ano, tem crescido o número de denúncias relacionadas a fraudes em estabelecimentos nas quadras próximas à Ponte da Amizade.

Locais para protocolar denúncias:

– Polícia Turística (aduana paraguaia da Ponte da Amizade);
– Escritório Municipal de Defesa do Consumidor (Shopping Box).

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    Guilherme Wojciechowski

    Guilherme Wojciechowski é colaborador do H2FOZ desde 2021. Acompanha o noticiário da fronteira há duas décadas e cobre editorias como Paraguai, Argentina, Turismo, Esporte, Cultura e Segurança Pública.