“Caso Avião Fantasma”: MP do Paraguai apreende documentos

Conforme os registros, cargueiro tripulado por venezuelanos e iranianos operou na fronteira entre os dias 13 e 16 de maio.

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Conforme os registros, cargueiro tripulado por venezuelanos e iranianos operou na fronteira entre os dias 13 e 16 de maio.

Representantes do Ministério Público do Paraguai dirigiram-se, nessa terça-feira (28), às repartições administrativas do Aeroporto Internacional Guaraní, em Minga Guazú, região metropolitana de Ciudad del Este. No local, apreenderam documentos e vídeos relacionados ao Boeing 747 que ganhou, nas últimas semanas, o apelido de “avião fantasma”.

A aeronave, comprada pela venezuelana Emtrasur da Mahan Air, do Irã, está retida desde 8 de junho na Argentina, após ter pedido de pouso negado no Uruguai. Na ocasião, era tripulada por 14 venezuelanos e cinco iranianos. O comandante, de nacionalidade iraniana, é investigado por supostos vínculos com organizações criminosas.

A passagem pelo Paraguai ocorreu no mês de maio, com chegada ao Aeroporto Guaraní no dia 13 e decolagem no dia 16. A previsão era que o cargueiro ficasse apenas poucas horas no país. Durante a permanência de três dias, os tripulantes (oito venezuelanos e sete iranianos) hospedaram-se em um hotel de Ciudad del Este.

Boeing da Emtrasur em Ezeiza, na Argentina. Imagem: Agência Télam

A ação promovida pelo MP nessa terça, que resultou na apreensão do material que será analisado no inquérito, foi comandada pelo promotor anticorrupção Omar Legal e pela promotora de combate ao crime organizado Alicia Sapriza. Os mandados de busca foram emitidos pela juíza penal de garantias Rosarito Montanía.

À época do pouso no lado paraguaio da fronteira, a operação foi tratada como de rotina, com os questionamentos surgindo somente após a apreensão do Boeing na Argentina. De lá para cá, Luis Afara, então administrador do Aeroporto Guaraní, foi afastado e substituído por Édgar Rodríguez, que vem promovendo mudanças nos cargos de gerência.

De acordo com o jornal Última Hora, ao deixar o Paraguai, a aeronave transportava uma carga de cigarros pertencentes à empresa Tabesa, vinculada ao ex-presidente Horacio Cartes. O destino oficial do carregamento, avaliado em US$ 750 mil (R$ 3,9 milhões), era a ilha de Aruba, localizada no Caribe e administrada pela Holanda.

O apelido de “avião fantasma” surgiu na imprensa após discrepâncias em relação aos dados da aeronave e constatação de atividades consideradas incomuns, com roteiros que incluíram, em maio, escalas em Teerã, Moscou e Belgrado, além de um “desaparecimento” dos radares nas proximidades da costa de Portugal.

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