Comerciantes de Ciudad del Este temem o fechamento da Ponte da Amizade

Eles acreditam que Foz do Iguaçu pode decidir o fechamento da fronteira, devido à crise sanitária, mas esta é uma decisão que cabe apenas ao governo federal.

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“Para nós, o fechamento da fronteira será fatal”, disse nesta quarta-feira, 10, o secretário de Indústria e Comércio de Alto Paraná, Iván Airaldi, que é também porta-voz das pequenas e médias empresas de Ciudad del Este.

Segundo o jornal Hoy, ele afirmou que os empresários temem que Foz do Iguaçu possa decidir pelo fechamento da Ponte da Amizade, devido à situação sanitária no município, com aumento dos casos e mortes (foram 12 óbitos só nas últimas 24 horas. Veja: Novo recorde trágico: Foz registra 12 mortes por covid-19 nesta quarta-feira

Na verdade, apesar da situação em Foz, a decisão de fechar a fronteira, tanto no Brasil como no Paraguai, cabe apenas ao governo nacional, isto é, depende de uma assinatura do presidente paraguaio Mario Abdo Benítez (como aconteceu em 18 de março do ano passado) ou do presidente Jair Bolsonaro.

O governo brasileiro foi contra naquela época e só decretou o fechamento da fronteira com o Paraguai por ser uma medida em resposta à posição paraguaia. Foi o que aconteceu também com a Argentina. Já em relação ao Uruguai, nada houve, porque nenhum dos governos tomou a iniciativa do fechamento.

A Prefeitura de Foz informou que pretende exercer maior controle de quem entra pela Ponte da Amizade, restringindo a circulação dentro da área do município e exigindo, por exemplo, testes negativos de covid-19, como já faz.

A informação que circula nas redes sociais é que a Ponte da Amizade seria fechada no domingo. O H2FOZ publicou matéria mostrando o que funciona ou não no próximo domingo, dia 14: Domingo: Foz fecha supermercados, postos de combustíveis e comércio em geral

Da parte do Paraguai, não existe essa opção pelo fechamento da fronteira. O Ministério da Saúde divulgou que não adotará novas restrições para conter a pandemia, mas sim adotará controles mais rigorosos para que a população cumpra as medidas sanitárias para evitar a propagação do novo coronavírus.

O TEMOR

Ponte da Amizade, quando ficou fechada por sete meses. Foto de Gustavo Adolfo Velázquez Cañete (Facebook)

De qualquer forma, só a possibilidade de fechamento da fronteira deixa os comerciantes de Ciudad del Este apavorados.

Segundo Iván Airaldi, a economia de Ciudad del Este não se recuperou dos sete meses sem a presença dos compradores brasileiros (os argentinos até agora não voltaram; a fronteira entre os dois países permanece fechada).

“Muitos comércios continuam fechados desde o ano passado. Temos 25 mil pessoas sem trabalho na fronteira; 8 mil das 13.400 pequenas e médias empresas fecharam e muitas ainda continuam encerrando atividades. Um ano depois do início da pandemia, as coisas não melhoraram”, disse.

Os fornecedores dos comerciantes em geral só entregam produtos com pagamento à vista, por medo de perderem dinheiro se fizerem a crédito.

O pior, agora, é que o Paraguai enfrenta três crises: sanitária, econômica e política. “As manifestações geram muitas angústias e preocupações”, afirmou Iván Airaldi.

No seu ponto de vista, as manifestações em vários pontos do país, especialmente em Assunção, vão colapsar os hospitais públicos dentro de 15 dias, por causa das aglomerações.

Os protestos chegaram nesta quarta-feira (10) ao quinto dia, pedindo a saída do presidente Mario Abdo Benítez pelo comportamento do governo na crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19.

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