Industriais brasileiros querem trocar China pelo Paraguai

País vizinho é visto como alternativa viável para a fabricação de peças e componentes hoje obtidos na Ásia.

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Com baixa carga tributária e energia elétrica a preços competitivos, o Paraguai é visto, cada vez mais, como um destino viável de investimento para as indústrias com capital brasileiro. O processo voltou a ganhar impulso com as dificuldades logísticas trazidas pela pandemia do novo coronavírus, principalmente quanto às importações chinesas.

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Em entrevista ao jornal La Nación, o consultor industrial e diretor de empresa Albo Benítez Cabrera assinalou que “há uma consulta recorrente para que empresas paraguaias sejam fornecedoras, como fabricantes, de produtos para marcas brasileiras”.

“Estamos captando no Brasil esse interesse de diversos setores, para que as firmas paraguaias sejam parte da cadeia de produção. Por exemplo, querem que empresas paraguaias confeccionem roupas para empresas brasileiras, além de plásticos, materiais elétricos e montagem de produtos vários”, explicou.

“Essa é a tendência, de recorrer cada vez mais ao negócio de nearshoring [produzir mais perto dos locais onde os produtos serão consumidos], do qual o próprio presidente Santiago Peña vem falando”, complementou Cabrera.

A região de Ciudad del Este, segundo o consultor, poderá ser a principal beneficiada pelo movimento, tendo em vista a existência de redes de transporte para conexão rápida com o Brasil e a abundância de mão de obra.

Atualmente, o departamento (estado) fronteiriço de Alto Paraná concentra mais da metade das indústrias que operam no Paraguai sob o regime de maquila, que permite a finalização e montagem de produtos que usam matéria-prima importada. O setor gera cerca de 22 mil empregos diretos em todo o território paraguaio.

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