A Polícia Federal (PF) resgatou, na última quarta-feira (23), 14 homens de nacionalidade paraguaia, que estavam no Brasil em situação análoga à escravidão.
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De acordo com a informação enviada à imprensa, a ação ocorreu no município de Perobal, localizado às margens da rodovia que liga Guaíra a Umuarama.
A operação da PF teve a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), bem como do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), vinculado à Polícia Militar do Paraná.
As investigações começaram após denúncia recebida pelo MPT de que trabalhadores rurais do Paraguai estavam sendo aliciados em suas cidades de origem.
A força-tarefa criada para apurar o caso conseguiu localizar, em Perobal, uma fazenda na qual paraguaios trabalhavam precariamente em uma plantação de mandioca.
Conforme a PF, além das irregularidades trabalhistas e migratórias, os 14 trabalhadores encontrados no local habitavam um alojamento sem a mínima estrutura. O barracão, que não tinha sequer água potável, estava situado em um município vizinho.
“No local, foi constatado que os trabalhadores não possuíam registro em carteira, não tinham seus direitos trabalhistas reconhecidos e recebiam remuneração inferior à de trabalhadores brasileiros na mesma função. Além disso, viviam em moradias improvisadas, sem condições mínimas de higiene e segurança”, descreve a corporação.
Segundo a PF, um homem de nacionalidade brasileira, responsável pela contratação, recebeu voz de prisão em flagrante. Ele responderá pelo crime de redução de alguém à condição análoga à de escravo.
“As investigações continuam para apurar possíveis conexões com outras propriedades e a existência de novos aliciadores”, informa o material enviado à imprensa.
Uma instituição social de Umuarama ofereceu acolhimento provisório aos trabalhadores. O retorno ao país de origem está previsto para esta sexta-feira (25), com o apoio do Consulado do Paraguai em Guaíra.