Prefeitura de Ciudad del Este quer municipalizar transporte coletivo

Prefeito interino vetou pedido de aumento na tarifa, reivindicado pelas empresas que atuam no setor.

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O prefeito interino de Ciudad del Este, Hugo Benítez Ávalos, comunicou à população, nessa quinta-feira (22), que pretende municipalizar o serviço de transporte coletivo na segunda maior cidade do Paraguai. O anúncio veio após Benítez vetar resolução que permitia o aumento no valor da tarifa, aprovada pelos vereadores locais.

Em declarações difundidas nas redes sociais, o administrador disse reconhecer o esforço dos parlamentares, que negociaram com os representantes das empresas para que o reajuste fosse menor. Entretanto, apontou descumprimentos dos contratos por parte dos concessionários, que são alvo de constantes queixas quanto à má qualidade do serviço.

“Vamos municipalizar os itinerários e colocar ônibus novos, zero quilômetro, de primeiro nível, com modelos elétricos ou híbridos. Os motoristas serão funcionários municipais, motoristas profissionais”, afirmou o interino, adicionando que deve enviar, nos próximos dias, um projeto à Junta (Câmara) Municipal contendo os detalhes da medida.

A nova queda de braço entre poder público e empresários do transporte coletivo ocorre em meio aos preparativos para as eleições municipais de outubro. Miguel Prieto, prefeito que pediu licença do cargo para dedicar-se à campanha (que começa, oficialmente, em agosto), é candidato à reeleição.

O atual modelo do transporte público em Ciudad del Este tem como base contratos assinados ou renovados durante o mandato de Sandra Zacarías, destituída em fevereiro de 2019, após denúncias de irregularidades em sua gestão. Sandra é esposa do ex-prefeito Javier Zacarías Irún, cuja família comandava o braço local do Partido Colorado.

A tarifa urbana na capital do Alto Paraná custa G$ 3 mil (cerca de R$ 2,25). A intenção das empresas era elevar o valor a G$ 4,5 mil (R$ 3,40), pretensão que caiu para G$ 3,5 mil (R$ 2,65) após as conversações com os vereadores. O veto do prefeito, que pode ser derrubado no retorno à Câmara, mantém a passagem em G$ 3 mil.

Foz do Iguaçu

A notícia de Ciudad del Este chega, justamente, no momento em que Foz do Iguaçu discute medida similar. No mês de maio, o prefeito Chico Brasileiro chegou a dizer que, caso os problemas na prestação local do serviço continuem, o contrato com o Consórcio Sorriso pode ser rompido em prol de uma municipalização do sistema.

Para debater o assunto, um grupo de trabalho foi criado. As três empresas integrantes do consórcio alegam que a pandemia do novo coronavírus agravou a crise no setor e pedem contrapartidas do poder público. O contrato, assinado nos últimos meses de 2010, tem validade de 15 anos. O mandato do atual prefeito vai até dezembro de 2024.

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