Puerto Iguazú pede ajuda ao governo. “Comércio está agonizando”, diz empresário

Sem qualquer possibilidade de reabertura da fronteira num futuro imediato, a cidade argentina de fronteira só teve ajuda do governo da província.

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Os comerciantes de Puerto Iguazú nem sonham mais com a fronteira reaberta. O presidente da Câmara de Comércio de Iguazú, Joaquín Barreto, disse que os empresários locais estão “convencidos de que a situação sanitária continuará se prorrogando pelo menos até o final do ano”, como disse ao portal argentino Ámbito.

O que resta ao comércio agora é contar com a ajuda do governo nacional, assim como tem recebido auxílio do governo da província de Misiones. “Se não obtivermos ajuda do governo nacional, dá vontade de fechar definitivamente as portas dos negócios”, desabafou Barreto.

Os empresários entendem que a fronteira deve se manter fechada, com a segunda onda da covid-19 na Argentina e com o aumento de contágios no Brasil e no Paraguai, mas criticam o governo nacional por ter “se esquecido” de Puerto Iguazú desde dezembro do ano passado.

Joaquin Barreto lembrou que 90% dos comércios de Puerto Iguazú vivem do turismo e do tráfico vicinal fronteiriço, interrompido pelo fechamento da fronteira desde março do ano passado.

De lá para cá, houve dois finais de semana prolongados que Barreto considerou “interessantes”: o de Carnaval e o da Semana Santa, que movimentaram o turismo e o comércio. Mas, agora, fica tudo parado até as férias de inverno, em julho, o que agrava ainda mais a situação dos comerciantes.

30% FECHARAM

O censo de 2018 contabilizou 2.500 lojas em Puerto Iguazú. Este número, pelo último levantamento feito pela Câmara de Comércio, diminuiu 30% após a pandemia, que provocou também cerca de mil demissões no setor.

“Se a situação continuar assim, vai complicar. Estou convencido de que 2021 será mais complicado que 2020 se não conseguirmos a ajuda do governo nacional”, disse.

Para ele, o governo da província está fazendo sua parte, com “muitas ações em favor do comércio de Iguazú”, como “isenções fiscais, diversos tipos de subsídios e programas de estímulo às vendas como o Ahora Iguazú”.

Já do governo nacional a ajuda cessou. Os comerciantes de Puerto Iguazú sequer conseguem ingressar no programa Repro Dos, lançado há mais de um mês, disse ainda o empresário.

“Eu me pergunto: como um comerciante faz para pagar os salários de toda a equipe de funcionários, quando está trabalhando apenas com 30% (da capacidade)?”. E criticou o governo nacional exatamente por não ter desenvolvido um programa de ajuda para o comércio conseguir pagar seus trabalhadores.

DUTY FREE (text0 atualizado)

Duty Free Shop: possibilidade de nunca mais reabrir.

O portal Ámbito comentou, ao final da matéria, que o Duty Free Shop de Puerto Iguazú, instalado próximo à Ponte Tancredo Neves, antes da aduana da Argentina, pode fechar as portas definitivamente, se a fronteira não reabrir nos próximos meses.

Fechado desde março do ano passado, o Duty Free emprega mais de 100 trabalhadores. E o que o portal não comentou é que, mesmo que reabra, o Duty Free agora tem concorrentes diretos no Brasil: as lojas francas, uma delas instalada no Shopping Catuaí Palladium, bem próximo ao trevo de acesso à Argentina.

VAI ABRIR, GARANTE O DUTY (ATUALIZAÇÃO)

 

Mas, ao contrário das especulações do portal Ámbito (e nossas, também), o Duty Free não vai fechar as portas.

Um porta-voz do shopping entrou em contato com o H2FOZ para pedir retificação no texto. E a melhor forma é esta, acrescentar uma atualização, como legítimo direito de se manifestar.

“Estamos esperando que a fronteira abra para voltar a operar novamente”, disse o porta-voz do Duty Free.

Aliás, no Facebook o Duty Free publicou, há quatro dias, uma postagem em que dizia, em espanhol e em português: Estamos trabalhando para nos ver novamente. Saudades de vocês! ☀️

A postagem era ilustrada com uma foto alegre e colorida do Duty Free (abaixo). Ficamos na torcida, porque a fronteira precisa de tudo funcionando, para garantir empregos e muitas opções para os turistas que nos visitam. E também para os moradores.

 

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