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Sem presidentes, Ponte da Amizade reabre? Paraguai diz que sim. Mas há controvérsia

Oficialmente, portaria do governo brasileiro autoriza a entrada dos paraguaios de Ciudad del Este, por ser "cidade-gêmea", mas Paraguai não oferece reciprocidade.

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Sem presidentes, Ponte da Amizade reabre? Paraguai diz que sim. Mas há controvérsia
Abertura gradual da Ponte da Amizade é confirmada pelo Paraguai. Mas há ainda muitas dúvidas.(Foto: Patrícia Iunovich)

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

O Ministério de Relações Exteriores do Paraguai confirmou, via Twitter, que no dia 15, quinta-feira, “começa o processo de abertura gradual da fronteira entre o Paraguai e o Brasil, através da Ponte da Amizade”.

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E explica que “o encontro presidencial, por questões de agenda, foi adiado”. Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, se encontrariam na Ponte da Amizade, em uma solenidade que marcaria a reabertura. Mas o encontro foi adiado, sem definição de data.

Existe um complicador. Portaria do governo brasileiro, publicada em setembro, já autorizava a entrada no País de moradores de “cidades-gêmeas”, isto é, as cidades de fronteira dos dois países. Foz e Ciudad del Este são cidades-gêmeas.

No entanto, para a portaria valer, é preciso que o Paraguai garanta a reciprocidade no tratamento aos brasileiros. O problema está aí: até agora não houve um decreto paraguaio que garanta reciprocidade.

Segundo uma fonte do governo brasileiro, a mensagem no Twitter publicada pelo Ministério de Relações Exteriores do Paraguai fala em “processo de abertura gradual”, o que pode significar um número pequeno de autorizações de ingresso de brasileiros.

Esta mesma fonte diz que, na verdade, tudo depende de o governo paraguaio decretar o reconhecimento das cidades-gêmeas e oferecer reciprocidade.

Também não se sabe que protocolos precisarão ser cumpridos pelos brasileiros que quiserem ir a Ciudad del Este. Ou para os paraguaios que quiserem vir a Foz.

Covid-19 em CDE

Tanto em Foz como em Ciudad del Este, a preocupação dos profissionais de saúde é se a reabertura da Ponte da Amizade poderá provocar um aumento de casos de covid-19.

“Entendemos que devemos reativar a economia e estamos preparados para fazer parte e apoiar o povo nesta reativação, só pedimos consciência”, disse a diretora do Instituto de Previdência Social (IPS), Ana Rolón Jara. O IPS mantém em Ciudad del Este o Hospital Integrado Respiratório, que atende pacientes com covid-19.

Segundo o jornal ABC Color, dos 46 leitos de UTI do hospital (30 para adultos, 12 de reanimação e quatro para crianças), 17 estão disponíveis. No pico da pandemia, entre a última semana de julho e as duas primeiras de agosto, os 38 leitos então existentes estavam permanentemente ocupados.

Na enfermaria, apenas 15 dos 80 leitos estão ocupados. Ainda de acordo com o jornal, o hospital está recebendo pacientes de outros departamentos, além de Alto Paraná.

Em Foz, o temor é que também haja um aumento de casos no lado paraguaio e, por consequência, que os vizinhos venham buscar atendimento aqui, onde a ocupação de leitos de UTI é alta.

Na sexta-feira, 9, dos 75 leitos de UTI existentes na cidade, 54 estavam em uso, o que representa 72% de ocupação. A situação é boa em relação aos leitos de enfermaria: dos 64 existentes, 25 estão em uso, o que representa 40,63% do total, segundo dados da Vigilância Epidemiológica.

Indefinição

Por enquanto, há muitas dúvidas e indefinições. Provavelmente nesta segunda-feira, 12, haja uma definição sobre como será a reabertura da Ponte da Amizade.

 

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