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"Febre do rato"

Após chuvas, risco de leptospirose aumenta; veja como prevenir

Doença transmitida pela urina de rato já matou 18 pessoas no estado em 2025, além de 1.557 notificações.

4 min de leitura
Após chuvas, risco de leptospirose aumenta; veja como prevenir
Período chuvoso vai até março - foto ilustrativa: Freepik
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A leptospirose, uma zoonose bacteriana grave e ainda pouco percebida como ameaça cotidiana, volta a acender o alerta no Paraná com a intensificação das chuvas de verão. A doença, causada pela bactéria Leptospira e transmitida principalmente por ratos, encontra nas enchentes e alagamentos o cenário ideal para disseminação, ampliando os riscos à saúde pública.

De janeiro a novembro de 2025, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou 1.557 notificações de leptospirose no Paraná. Desse total, 247 casos foram confirmados, 103 seguem em investigação, 42 tiveram resultado inconclusivo e 1.165 foram descartados. No período, a doença causou 18 mortes.

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“É uma doença que pode matar. Os primeiros sintomas surgem de forma repentina e se parecem com uma gripe, o que exige atenção redobrada, especialmente em situações de inundação, quando o risco é maior”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. Segundo ele, o verão, marcado por calor intenso e chuvas frequentes, exige vigilância constante da população.

A maior concentração de notificações está na Região Metropolitana de Curitiba. A 2.ª Regional de Saúde soma 869 registros, com 127 confirmações e 12 óbitos, sendo sete em Curitiba, três em Colombo e dois em São José dos Pinhais. Já a 1.ª Regional de Saúde de Paranaguá contabilizou 73 notificações, nove casos confirmados e duas mortes, em Paranaguá e Guaraqueçaba.

Outras regiões também registraram óbitos. A 3.ª Regional de Saúde de Ponta Grossa teve 79 notificações, 19 confirmações e uma morte em Castro. Na 15.ª Regional de Saúde de Maringá, foram 31 notificações, cinco confirmações e um óbito em Sarandi. A 21.ª Regional de Saúde, de Telêmaco Borba, registrou nove notificações, quatro confirmações e duas mortes em Reserva.

Leptospirose

A infecção ocorre quando a bactéria entra no organismo pela pele lesionada, por pequenos cortes ou arranhões, ou pelas mucosas dos olhos, nariz e boca, após contato com água ou lama contaminadas pela urina de animais infectados. Em enchentes, o risco é potencializado pela mistura de lixo, esgoto e urina de roedores, criando um ambiente altamente favorável à sobrevivência da bactéria.

Os sintomas costumam surgir entre sete e 14 dias após a exposição. Na fase inicial, incluem febre alta de início súbito, dor de cabeça intensa, dores musculares, principalmente na panturrilha, falta de apetite e náuseas. A semelhança com uma gripe comum pode atrasar o diagnóstico.

Sem tratamento adequado, a leptospirose pode evoluir para formas graves, com comprometimento de órgãos vitais, icterícia, insuficiência renal — podendo exigir diálise — e hemorragias, inclusive pulmonares.

Prevenção e tratamento

A principal medida preventiva é evitar o contato com água de enchentes e alagamentos. Quando isso não for possível, como em ações de limpeza ou resgate, o uso de botas e luvas de borracha é indispensável. Após a exposição, recomenda-se lavar bem o corpo e as mãos com água limpa e sabão.

Para desinfecção de ambientes atingidos por inundações, a orientação é utilizar solução de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) na proporção de um litro para cada quatro litros de água. O controle de roedores também é essencial, com descarte correto do lixo, armazenamento adequado de alimentos e desratização periódica em áreas de risco.

Em caso de contato com água contaminada e surgimento de sintomas, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente. O tratamento é feito com antibióticos, além de hidratação e suporte renal nos casos mais graves.

Curável quando diagnosticada precocemente, a leptospirose pode ser fatal se negligenciada. Por isso, a conscientização e a prevenção, especialmente durante o período chuvoso, são fundamentais para salvar vidas.

(Com informações da Agência Estadual de Notícias)

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    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.

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