Dra. Daniele Reiter Chedid – OPINIÃO
É claro que Paraguai e Brasil se reencontram em muitos lugares. A fronteira entre os dois países é longa! Qualquer Chatgpt pode te mostrar. Mas nem só de lejos vive a Fronteira. O clássico “Portuñol” vai muito bem, obrigada. É Amostra Viva de que a comunicação nesse reencontro sempre acontece. Não é para amadores, claro. Mas um bom “Portuñol” ajuda a se localizar naqueles tantos lugares.
Neste artigo vamos conversar sobre como é possível observar na prática, no cotidiano de qualquer sujeito local, como os paraguaios e os brasileiros locais dão aula grátis de Fronteira Latino-americana em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. Poderíamos começar pela Cumbia. Mas, vamos começar falando de Foz e sua Fronteira pelo TERERÉ (Ilex paraguariensis/Erva- mate).
A Erva-Mate anda cada dia mais popular no mundo. Na China existe até uma espécie de “Matearia”: um lugar para pedir um mate. Ele vem montado e a água é aquecida exatamente naquela temperatura por robôs.
O mate também é o queridinho dos cariocas, naqueles copos longos e gelados na praia. Mas aqui, em Foz, a erva-mate tem nome: Tereré. Pode até haver controvérsia em relação ao acento gramatical na palavra. Mas aqui se toma com gana até a erva roncar, isso é consenso geral. Dois para quem serve e um para o amigo, o xirú, é bem normal. Tranquilo.
Talvez você nem saiba que é o ronco, o barulho do ronco, que dá nome à bebida. Foi imitando o barulho do ronco que nasceu a palavra que Tereré. Na verdade, isso é pura alegria das pessoas que aqui vivem: é gostar de tomar até fazer barulho e poder compartir isso com parentes e amores desde muito criança.
De qualquer forma, ali na roda de Tereré Paraguai e Brasil com certeza se reencontram. No rico Tereré a História da Fronteira acontece, todos os dias, seja qual for a estação, o ano ou o algoritmo da vez.
Puro suco de América-latina? Foz tem um pouco disso.

Dra. Daniele Reiter Chedid, (Latino-americana criada no Pantanal. Historiadora, Roteirista e Editora de Rádio).
Agosto de 2025