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No Dia do Tererê, descubra curiosidades sobre a bebida típica do Paraguai

De origem guarani, infusão ajuda a refrescar nos dias mais quentes, mas já atraiu a fúria de governantes e religiosos.

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No Dia do Tererê, descubra curiosidades sobre a bebida típica do Paraguai
Tererê é uma das marcas características da cultura popular do Paraguai. Foto: Gentileza/IP Paraguay

Anualmente, no último sábado de fevereiro, o Paraguai celebra o Dia Nacional do Tererê, bebida típica do país. Preparada com mate e incrementada com ervas medicinais, a infusão também conquistou moradores de nações vizinhas, como Brasil e Argentina.

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Neste sábado (22), a agência pública IP Paraguay divulgou uma série de curiosidades sobre o tererê, que chegou a ser proibido por governantes e religiosos. A nota completa (em espanhol) está disponível clicando aqui.

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A origem do tererê está vinculada aos povos guaranis. A primeira descrição da bebida ocorreu no século 16, por sacerdotes jesuítas. Naqueles tempos, ainda não havia a tradicional bomba. mas algumas comunidades usavam canudos de bambu.

A IP Paraguay recorda que, em 1618, o então chefe da colônia espanhola, Hernando Arias de Saavedra (Hernandarias), tentou proibir o consumo. À época, a bebida estava associada a “vícios como a preguiça”.

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Já o padre Diego de Torres Bollo, da Companhia de Jesus, considerava o tererê uma “superstição diabólica que provoca muitos danos”, relatando seu uso à Inquisição.

Com o passar dos anos, contudo, a erva-mate foi de vilã a tesouro, ganhando o apelido de “ouro verde paraguaio”. Chás e modos tradicionais de preparo, como o tererê paraguaio, o mate argentino e o chimarrão brasileiro, adquiriram popularidade.

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Ainda no século 19, o Paraguai buscou exportar mate para a Inglaterra, principal potência econômica mundial. O negócio foi praticamente paralisado após a Guerra da Tríplice Aliança (1865–1870), conhecida por aqui como Guerra do Paraguai.

Ciclo da erva-mate na fronteira

As bebidas à base de mate estão intimamente ligadas à história da região de fronteira. Os primeiros ciclos econômicos de Foz do Iguaçu, cidades paraguaias e argentinas da região, por exemplo, tinham como produtos a madeira e a erva-mate.

Não por acaso, o museu municipal de Ciudad del Este se chama El Mensú, em homenagem aos mensús. Trabalhadores mantidos em condições análogas à escravidão, os mensús extraíam a erva nas propriedades à beira do Rio Paraná em toda a região.

Expansão do consumo do tererê

De acordo com a IP Paraguay, o maior impulso à massificação do tererê ocorreu durante a Guerra do Chaco (1932–1935), travada entre Paraguai e Bolívia. Soldados de várias procedências consumiam a bebida para atenuar o calor na região do Chaco.

Nos últimos anos, as facilidades trazidas pelo Mercosul fazem com que marcas paraguaias, que produzem erva específica para o tererê, ganhem mercado no Brasil.

Não por acaso, em cidades como Foz do Iguaçu, há erva para tererê não apenas nas bancas informais, como também em supermercados e mercearias.

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    Guilherme Wojciechowski

    Guilherme Wojciechowski é colaborador do H2FOZ desde 2022. Acompanha o noticiário da fronteira há duas décadas e cobre editorias como Paraguai, Argentina, Turismo, Esporte, Cultura e Segurança Pública.