O Ministério Público do Paraguai indiciou, nessa quarta-feira (8), 15 cidadãos de nacionalidade brasileira, acusados de falsificação. O processo está a cargo da Unidade Penal n.º 11, com sede em Ciudad del Este.
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De acordo com o boletim enviado à imprensa, os brasileiros, estudantes de Medicina no lado paraguaio da fronteira, apresentaram certificados falsos de estudos.
A denúncia partiu da Universidade Politécnica e Artística do Paraguai (UPAP), filial de Ciudad del Este. Funcionários desconfiaram da autenticidade de históricos acadêmicos e declarações apresentadas por estudantes que pretendiam transferir-se para a instituição.
Em contato com as faculdades e universidades que supostamente emitiram os documentos, a UPAP constatou a falsificação. Em seguida, procurou o Ministério Público do Paraguai para denunciar o caso.
Conforme o Ministério Público, os estudantes tinham como objetivo encurtar alguns semestres na graduação. Assim, apresentavam documentos para atestar que teriam feito os anos iniciais em outras instituições, para “pular” de um a dois anos do curso.
Vítimas da falsificação, outras universidades do Paraguai, com sede em Ciudad del Este e municípios vizinhos, estão colaborando com as investigações.
A Universidade Privada María Serrana, por exemplo, confirmou que os certificados apresentados por sete dos estudantes processados não correspondem aos da instituição.
A Universidade Privada María Auxiliadora negou ter emitido os documentos apresentados por três falsários, bem como a Universidade Internacional Tres Fronteras. Igualmente, a Universidade Sudamericana rechaçou a autenticidade de seus supostos certificados.
Restrições de saída do Paraguai
Julia González, promotora do Ministério Público do Paraguai, pediu ao Juizado Penal de Garantias que aplique restrições aos brasileiros investigados, como alternativa à prisão preventiva.
Os estudantes, cujos nomes não foram divulgados, estão proibidos de sair do Paraguai sem autorização judicial. Além disso, precisam comparecer ao Juizado, periodicamente, enquanto durar a tramitação do caso.
(Com informações do Ministério Público do Paraguai)