Rádio Clube
H2FOZ
Início » Últimas Notícias » Denúncia com pedido de cassação do vereador Galhardo entra na pauta da Câmara nesta quinta

Política

Denúncia com pedido de cassação do vereador Galhardo entra na pauta da Câmara nesta quinta

O vereador diz não ter cometido irregularidade e declara sofrer “armação” por motivos políticos.

5 min de leitura
Denúncia com pedido de cassação do vereador Galhardo entra na pauta da Câmara nesta quinta
Comissão irá elaborar relatório sobre denúncias contra o vereador - Foto: Câmara de Vereadores
Publicidade

O vereador diz não ter cometido irregularidade e declara sofrer “armação” por motivos políticos.

Está na pauta da sessão da Câmara de Vereadores desta quinta-feira, 14, o pedido de abertura de comissão processante contra o vereador Admilson Galhardo (Republicanos), apresentado pelo advogado Maiksuell Lima da Silva. O eleitor elenca dez pontos para apuração, alegando serem “indícios de autoria de atos de corrupção, improbidade administrativa, comportamentos de modo incompatível com a dignidade desta Câmara e falta com o decoro na sua conduta pública”.

Publicidade

Maiksuell cita matérias veiculadas na imprensa local que reproduzem diálogo atribuído a Felipe Gabriel Menger Alves, ex-assessor de Galhardo no Legislativo, e um interlocutor, sugerindo que o vereador teria ficado com parte dos salários do subordinado, em prática conhecida como “rachadinha”. As demais denúncias abrangem bate-bocas entre Galhardo e vereadores, críticas do edil ao vice-prefeito Francisco Sampaio e “promoção pessoal” que envolveria, conforme o denunciante, o projeto de implantação de restaurante popular.

Publicidade

Ao H2FOZ, Galhardo questionou a legalidade da petição e a validade da gravação como prova jurídica. Afirmou estar com a consciência tranquila e que não cometeu nenhuma irregularidade. “Nunca teve isso, o áudio [reproduzido na imprensa] é criminoso, clandestino. E outra: arrasta todos os outros vereadores. Por que estão querendo focar em mim? Estão esquecendo a outra parte?”, declarou o vereador.

Pedido de cassação

O advogado Maiksuell Lima da Silva disse que sua denúncia é baseada na legislação federal, a qual está em sintonia com as normas municipais, a exemplo do Regimento Interno da Câmara de Vereadores. “Trata-se de procedimento específico concedido ao cidadão (eleitor). O Decreto-Lei Federal de nº 201/1967, recepcionado pela Constituição Federal, regulamenta o processo de cassação e autoriza a Câmara de Vereadores a proceder a referida cassação”, sustenta, dentro do devido processo legal, que começa com a eventual aceitação da denúncia.

Publicidade

Sobre a alegada “rachadinha”, o advogado informou à reportagem que não incluiu outras provas na petição à Câmara, além de matérias jornalísticas. Afirmou não ter procurado o ex-assessor do vereador em busca de mais detalhes sobre os fatos mencionados. Relatou não ser amigo ou manter outra relação pessoal ou profissional com o suplente de vereador Thiaguinho Cardoso, do Republicanos – o qual poderia ser beneficiado em eventual julgamento em desfavor de Galhardo. Disse ser apenas “membro da mesma igreja” de Thiaguinho.

Perguntado se pretende ampliar o pedido de investigação a outros vereadores em relação a eventual prática de “rachadinha”, o advogado respondeu que não, “somente se tiver nomes específicos e indícios suficientes de autoria”. Sobre o porquê do questionamento à conduta de Galhardo em relação a outros vereadores, se os edis eventualmente ofendidos não pediram abertura de procedimento disciplinar, Maiksuell Lima da Silva apontou ser “pelo fato do decreto-lei me amparar e garantir meu direito como eleitor”.

Publicidade

“Motivação política”

Para o H2FOZ, o vereador Galhardo sustentou não saber sobre o procedimento requerido na petição contra ele. “Decoro parlamentar é no Conselho de Ética. Ou é Comissão Processante? Se for, tem que validar o áudio. Se for validar o áudio, tem que chamar os 15 vereadores. Se não vai validar o áudio – cruzado, não autorizado e com comentários de terceiros expostos como se fossem verdade – é [caso de] Código de Ética porque uso minha imunidade parlamentar para me expressar?”, questionou.

Segundo o vereador, as denúncias não se sustentam e seriam motivadas por questões políticas. “A população já percebeu que é uma armação e que envolve inclusive a atual gestão. E a lei orgânica trata da cassação do prefeito por interferir nos trabalhados da Câmara. Se pegar os personagens dessa armação, vai ver que é uma clara interferência na Câmara de Vereadores e na independência que esse poder tem”, defendeu-se, dizendo que é um “vereador que está fiscalizando e tem mais de duas mil ações protocoladas”, declarou Galhardo.

Câmara

A direção da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu informou que “recebeu a representação em desfavor do vereador Galhardo (Republicanos)” no dia 12 de abril. O documento será lido na sessão desta quinta-feira, 14, “quando os vereadores votarão pela admissibilidade ou não, antes da leitura dos requerimentos previstos em pauta”. A votação da petição, prossegue a Câmara, será por maioria simples. “Caso seja aceita a representação pelo plenário, será realizado um sorteio para formação de Comissão Processante (CP), composta por três vereadores”, finalizou.

Newsletter

Cadastre-se na nossa newsletter e fique por dentro do que realmente importa.


    Você lê o H2 diariamente?
    Assine no portal e ajude a fortalecer o jornalismo.
    Assuntos

    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.