Foz do Iguaçu precisa (e muito) de zeladoria urbana

É um termo relativamente novo, mas bem fácil de entender: pequenos serviços e obras que agradam toda a população.

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Cláudio Dalla Benetta

O jornalista Roberto de Oliveira, da Folha de S. Paulo, foi a Curitiba e constatou: “a cidade tem uma boa zeladoria ubana”. 

As ruas estão sempre limpas, não se vê árvores mal podadas, as pichações se concentram em poucos locais, as construções são bem cercadas, com tapumes até ilustrados, e assim por diante.

Nos 105 anos de Foz, que tal cuidar com zelo desta cidade que os turistas amam e os moradores defendem com unhas e dentes?

A zeladoria urbana entrou na moda, no Brasil, porque não há recursos para grandes obras. Resta à Prefeitura desenvolver obras pequenas e serviços de manutenção que deixem os moradores mais satisfeitos.

Queixas pra atender não faltam. É só olhar nas redes sociais. Não pros grandes problemas, como o de avenidas que ainda precisam ser concluídas. Isto vai exigir mais tempo.

Mas para coisas como falta de bueiros, falta de tampa de bueiros, buracos nas ruas e nas calçadas (onde existem calçadas), árvores que foram podadas por um ceifador, não por um entendido no assunto, cuidar dos pontos de ônibus (isso até que vem sendo feito razoavelmente) e, em especial, evitar que o lixo se acumule nas ruas centrais, como ainda acontece.

Boa zeladora urbana a Prefeitura de Foz não é. Até hoje, por exemplo, não adquiriu (ou alugou) uma máquina trituradora de troncos, pra retirar o que fica na calçada depois que uma árvore é eliminada.

Há troncos ao longo da Avenida Brasil e da República Argentina, que atrapalham a passagem do pedestre e enfeiam ainda mais a paisagem quando o lixo está acumulado por perto.

Também precisa ser mais ágil pra eliminar o mato que se acumula na beira de ruas e em terrenos baldios, que existem até no centro da cidade.

Aliás, por que não multar mais esses infratores? E por que não criar uma lei que tribute quem mantém estoques de terrenos baldios, à espera da valorização ou por outras questões?

Mesmo pertinho do centro, tem terrenos que pagam mixaria de IPTU, mas concentram quatro ou cinco casas de madeira, para aluguel. O dono ganha com o aluguel e ainda é dispensado do IPTU ou paga muito pouquinho, porque é considerado pobre. 

Enquanto isso, é preciso ir cada vez mais longe para construir uma casa. E quem sofre mais são os pobres, que se concentram nos limites do município. Daqui a pouco, perdem identidade e vão virar moradores de Santa Terezinha de Itaipu. 

Já que não dá pra construir novas praças, não dá pra fazer parques como os que existem em Curitiba e atraem milhares de visitantes, é preciso cuidar e melhorar o que tem. Faltam bancos nas praças, pra ficar num pequeno exemplo irritante.

Andar pelo centro de Foz é dar de cara com problemas tão fáceis de resolver que até provocam estupor, como o lixo, a falta de trechos de calçadas, a ausência de arborização (pois é, ou tem árvores e não são bem cuidadas, ou não existem pra amenizar o calorão desta cidade).

Nos bairros, é muito pior. Alguém da Prefeitura poderia pegar um carro e rodar pela cidade, anotando o que vê. Depois, pegar o livrão que vai resultar disso e mostrar pro prefeito, pra que seja encontrada uma providência.

Já são 105 anos de história pra se pensar em amar um pouco mais esta cidade.

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