Governo paraguaio oferece recompensa de R$ 800 mil por informações sobre sequestrados

Além do ex-vice-presidente Óscar Denis, há outras duas pessoas em cativeiro (ou já mortas), o policial Edelio Morínigo e o fazendeiro Félix Urbieta.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Um mês depois do sequestro, a família do ex-vice-presidente paraguaio Óscar Denis rompeu o silêncio para pedir que o autointitulado Exército do Povo Paraguaio cumpra a promessa de libertá-lo, já que as exigências foram atendidas.

E pede que o grupo guerrilheiro se comunique e dê um sinal de que Óscar Denis está vivo, já que até agora não houve mais nenhuma informação.

A família teve que doar US$ 2 milhões em mantimentos para 40 comunidades, mas o EPP não cumpriu a promessa de libertar o ex-vice-presidente.

A outra exigência dos sequestradores foi de que o governo libertasse seus principais líderes, Carmen Villalba e Alcides Oviedo, presos em Assunção. O governo não atendeu o pedido, informando que seria contra o que prevê a Constituição paraguaia.

Se não fosse atendido nos pedidos, o EPP, em um bilhete enviado à família do ex-vice-presidente, disse que ele seria fuzilado (como aconteceu em outros sequestros).

Recompensa

O governo paraguaio divulgou nesta quarta, 7, que quem der informação que leve ao paradeiro dos sequestrados (o ex-vice-presidente, o policial Edelio Morínigo e o fazendeiro Félix Urbieta) receberá uma recompensa de 1 bilhão de guaranis (cerca de R$ 800 mil).

O ex-vice-presidente, de 74 anos, foi sequestrado no dia 9 de setembro em sua fazenda, que fica no limite entre os departamentos de Concepción e Amambay, junto com seu empregado, Adelio Mendoza, liberado poucos dias depois.

Vestidas de branco, pela paz, as irmãs fizeram apelo pela libertação do pai e dos outros sequestrados.Foto Agência IP

“Precisamos saber alguma coisa dele, e por humanidade pedimos que se comuniquem”, pediu a filha de Óscar Denis, Beatriz, porta-voz da família. Ela e as duas irmãs, na entrevista coletiva à imprensa, vestiam roupas brancas, como símbolo de paz.

Além do pai, a família de Denis pede que sejam libertados Edelio Morínigo e Félix Urbieta. Edelio foi sequestrado pelo EPP e Urbieta pelo grupo guerrilheiro Exército Marechal López.

“Pedimos ao povo paraguaio para estarmos unidos. Hoje, como família, fomos atingidos, mas amanhã pode ser qualquer outra. Não sejamos indiferentes a isto, juntos peçamos a paz e a liberdade dos sequestrados”, disse Beatriz, segundo a agência de notícias governamental IP.

Dirigindo-se a seu pai, visivelmente comovida, Beatriz disse que ele nunca seria abandonado e que a família espera seu regresso. “Continuaremos te transmitindo essa força para que possa te sustentar, por isso te pedimos que não esmoreça. Nós estamos bem, apesar de tudo. A família está unida. Não percas a fé.”

O jornal Hoy informa que o chefe do Gabinete Civil da Presidência do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, garantiu que o governo está fazendo todo o esforço possível para chegar a um bom resultado no caso do sequestro, com um número recorde de pessoal e recursos destinados a essa operação.
   
“Estamos trabalhando, mas não podemos tornar públicos estes temas, porque o EPP também escuta rádio”, disse Villamayor.

Outros sequestros

Edelio em vídeo divulgado pelo EPP. Ele foi sequestrado há mais de seis anos.

O sargento da Polícia Nacional Edelio Morínigo, de 31 anos, foi sequestrado pelo Exército do Povo Paraguaio em 2014. A mãe dele às vezes diz acreditar que o filho foi morto e, outras vezes, que ele se uniu ao grupo criminoso.

Um vídeo de 2017 mostra que o fazendeiro estava vivo,  seis meses após o sequestro.

Já o fazendeiro Félix Urbieta foi sequestrado em outubro de 2016, pelo grupo criminoso Exército Marechal López. Um vídeo divulgado em março de 2017 pelos sequestradores foi a única prova que a família teve de que o fazendeiro até então estava vivo.

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