Aida Franco de Lima – OPINIÃO
O Brasil adormeceu chocado com as imagens assustadoras que tomaram conta do Paraná, principalmente em Rio Bonito do Iguaçu e zona rural de Guarapuava, no Centro-Sul do estado. Um tornado de nível 3, com ventos que chegam até a 250km/h, destruiu mais de 90% da pequena Rio Bonito do Iguaçu. No assentamento Nova Geração, araucárias gigantescas foram arrancadas pelas raízes com a força do vento, e as moradias ficaram totalmente destruídas, levando um morador a óbito. Até o momento, são seis mortos, mais de 600 feridos e milhares de famílias desabrigadas.
Tão logo as notícias da tragédia surgiram, os governos municipais, estadual e federal passaram a agir para prestar os atendimentos emergenciais.
Simultaneamente a essa tragédia, acontece em Belém a reunião de líderes globais em torno da COP30, a chamada Cúpula do Clima, que começa oficialmente na segunda, dia 10. Mas a reunião com os líderes teve início já no dia 6.
A ideia central do encontro é traçar estratégias para sobrevivência no planeta, enquanto há tempo. Uma das propostas é criar um fundo internacional para pagar a manutenção das florestas. Cientistas alertam que é necessário assegurar a redução da temperatura mundial.
O evento realizado na capital do Pará já deu o que falar por conta dos alto valores cobrados pelas acomodações. Mas com o jeitinho brasileiro, isso parece ter sido superado. O que precisamos superar mesmo é o desequilíbrio ambiental, que não é mais coisa do futuro, é de agora.
- Porém, o que Foz do Iguaçu e Cianorte, ou qualquer outra cidade, têm a ver com Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava e COP30? Tudo… Enquanto os líderes mundiais quebram a cabeça para achar meios de incentivar o uso de combustíveis que poluam menos e para transformar as florestas em algo lucrativo aos países em desenvolvimento, os municípios estão com cara de paisagem.
É como se os municípios não fizessem parte do restante do planeta. Discutem-se alternativas para proteger as florestas, contudo nossas árvores urbanas são cortadas diariamente. Fala-se em proteger nossos mares, mas os bueiros viraram esgotos, que lá na frete desaguam no mar. Questiona-se a perda da biodiversidade, entretanto nas nossas cidades eliminamos as espécies frutíferas, que alimentam os animais, que promovem a diversificação da flora, que atraem as abelhas, as quais fazem a polinização.
É ensinamento básico. Coisa que as crianças do primeiro e segundo ano falam com propriedade em suas feiras de ciências, que encantam os pais… Aqueles mesmos pais que tiram fotos e postam nas redes sociais, todavia não são capazes de separar o lixo e mandam cortar a árvore da rua, porque ela suja a calçada.
Olhe os tristes exemplos de Foz do Iguaçu. Destruição de árvores sempre é noticiada por aqui. Esta coluna, iniciada há mais de dois anos, tem por finalidade trazer este alerta: do quanto a atitude de cada um de nós é decisiva.
Os ciclones, os tornados, quando acontecem em alto-mar ou áreas não habitadas, podem passar até mesmo despercebidos. Porém, quando encontram a população no caminho, já sabemos… A corda arrebenta para o lado dos mais fracos. Precisamos, sim, reforçar os abrigos, prédios, estruturas… e pensar em arquiteturas mais resistentes às intempéries destes tempos cada vez mais catastróficas. Mas só isso não basta. Precisamos proteger nossa única moradia: a Terra.
Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.
Quer divulgar a sua opinião. Envie o seu artigo para o e-mail portal@h2foz.com.br

