Sofá, lixo e restos de construção: área do Campos do Iguaçu vira criadouro de mosquito 

O mau exemplo de alguns gera problemas a todos, além de prejudicar o meio ambiente. 

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H2FOZ – Paulo Bogler 

Em plena epidemia de dengue, algumas pessoas teimam em transformar áreas urbanas em lixão. Na região do Campos do Iguaçu, há um desses maus exemplos. Em terreno na Rua Tibagi, perto do Rio M´Boicy, foram jogados sofá velho, lixo doméstico, telhas, tijolos e outros materiais de construção. 

Leitor do H2FOZ enviou à redação fotos do local, reclamando da situação. Ele afirmou que é recorrente a “desova” de resíduos e objetos no lote, geralmente feita à noite e por pessoas que não moram no bairro. Essa prática de alguns prejudica a coletividade e o meio ambiente, além de ser crime. 

O material acumulado, que poderia ter destinação adequada, deixa feia a paisagem urbana, transmite doenças e polui o solo e os rios. Além disso, provoca mau cheiro que incomoda a vizinhança e quem passa pelas imediações. 

Telhas, tijolos e materias são “desovados” na área perto do  Rio M´Boicy.

O lixo nas áreas urbanas também retém água parada, o que ajuda na reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Foz do Iguaçu contabiliza 19.407 casos confirmados da doença, 26.078 notificações e oito mortes, de agosto de 2019 a julho deste ano, de acordo com boletim epidemiológico do último dia 14. 

Esse período está sendo, de acordo com a Prefeitura de Foz do Iguaçu, “a maior epidemia já registrada pelo município em relação ao número de casos da doença”. É importante lembrar que, apesar de ser inverno, há dias com temperaturas elevadas e propícias para a procriação do Aedes aegypti.

Lixo contribui para a reprodução do mosquito transmissor da dengue. 

Levantamento 

Na semana passada, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) divulgou o último LIRAa (Índice Rápido para Aedes aegypti) do ano epidemiológico 2019/2020. O Índice de Infestação Predial (IIP%), a partir dos depósitos e criadouros com larvas e pupas do vetor, foi de 0,52%, o que é “Baixo Risco” para epidemias das doenças transmitidas pelo mosquito. 

Já o Índice Predial de Armadilhas (IPA%) foi de 10,75%, ou seja, a cada cem armadilhas, em aproximadamente 11 delas foi capturado o Aedes aegypti. Isso coloca o município em “Alto Risco” para epidemias de doenças transmitidas por esse mosquito. Foram colhidas amostras em 4.815 imóveis e em 2.502 armadilhas.

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ATUALIZAÇÃO: O lixão fica na região do Campos do Iguaçu e  não no Conjunto Libra como informado anteriormente.

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