Deu chabu na Câmara, com bate-boca em que a vereadora Anice Gazzaoui (PP) tachou de autoritário o presidente do Legislativo, Paulo Debrito (PL). Os ânimos ferveram após pedido de vistas a projeto, com farpas trocadas diante do plenário cheio e transmissão ao vivo.
Projeto na área esportiva, assinado por Debrito, foi à votação. A vereadora, na tribuna, pediu vistas, não por contrariedade ao conteúdo, mas porque a proposta não teria sido discutida nas comissões.
Anice e o verador Adnan El Sayed (PSD) conversam entre si, junto à cadeira da presidência, quando ela foi ao microfone recorrendo à questão de ordem, abrindo o primeiro entreveiro. “Não é porque é o presidente [da Câmara] que o senhor vai ser ditador. Exijo respeito como vereadora e procuradora”, disse.
Debrito fechou o microfone dela e retrucou: “A senhora estava falando em outra língua aqui atrás de mim. Tá aqui o meu vice, Ranieri, que também ouviu.”
Round 2
Tudo parecia caminhar para a tranquilidade. Só que não. Ao terminar a ordem do dia, em apoio ao presidente, Dr. Ranieri Marchioro (Republicanos) cobrou, sem citar nomes, que dois vereadores teriam conversado entre si, em idioma estrangeiro, o que seria proibido pela Constituição. Yasmin Hachem (PV) disse que, “para restabelecer a verdade”, a lei maior não veda falar em outra língua.
“Respeita as mulheres”
Anice, então, ao microfone, fez uma cobrança contundente a Debrito, acusando-o de antidemocrático e de não respeitar as vereadoras. “Vai ter que respeitar o papel das mulheres nesta Casa. Como nós temos que nos referir ao senhor? É com continência?”, elevou o tom.
“Falando absurdos”
Debrito afirmou que qualquer parlamentar tem direito a vistas, voltando a questionar o diálogo anterior. “A senhora correu aqui atrás e começou a falar em outra língua. O que os senhores entendem com isso? Por que não fala em língua portuguesa? Agora, a cidadã vem aqui falando absurdos, querendo denegrir a minha imagem”, vociferou.