Lady Gaga no Rio e o potencial para grandes eventos em Foz do Iguaçu

Entre as cidades do interior do Brasil, Terra das Cataratas conta com diferenciais como estrutura hoteleira e aeroporto internacional.

Capital turística do Brasil, o Rio de Janeiro já percebeu, há tempos, a importância dos grandes eventos para movimentar a economia da cidade. Os recentes shows das cantoras Madonna e Lady Gaga, por exemplo, ilustram bem essa estratégia.

Leia também:
Argentinos reclamam das filas na aduana da Ponte Tancredo Neves

Obviamente, estamos falando de uma metrópole com mais de seis milhões de habitantes, reconhecida mundialmente e bem servida por conexões aéreas.

Trazer uma Lady Gaga para um local com bem menos projeção, como Foz do Iguaçu, não parece realista. Guardadas as proporções, no entanto, podemos discutir estratégias para eventos menores, potencialmente rentáveis.

Suspenso em 2025 por decisão da prefeitura local, o festival Fespop, de Santa Terezinha de Itaipu, é um interessante estudo de caso.

No ano passado, o evento conseguiu atrair, conforme os cálculos dos organizadores, 250 mil pessoas em quatro noites. Público pequeno se comparado aos milhões de Lady Gaga e Madonna, mas gigante para um município com 25 mil habitantes.

De volta a Foz e ao tema da Carta ao Leitor, não se trata de investir alto para trazer artistas como Lady Gaga ou bandas internacionais. A chave é aproveitar oportunidades já existentes e transformar fins de semana comuns em períodos de altíssima temporada.

Estrutura do turismo e da hotelaria

Entre as cidades não capitais, Foz do Iguaçu tem um dos melhores e maiores parques hoteleiros do Brasil. Somada com as vizinhas Puerto Iguazú e Ciudad del Este, a região consegue abrigar, com todo o padrão de conforto, mais de 40 mil hóspedes por noite.

Além disso, em um raio de 50 quilômetros (no qual vivem cerca de um milhão de habitantes), temos três aeroportos internacionais. Havendo demanda, as companhias aéreas podem, sem grandes sobressaltos, reprogramar e ampliar a oferta de voos.

Falta-nos, atualmente, um local para reunir grandes públicos, de algumas dezenas de milhares de pessoas. (Nota da redação: Lady Gaga, segundo cálculos da Riotur, levou 2,1 milhões de pessoas à praia de Copacabana).

Projetos megalomaníacos à parte, um parque de eventos moderno, um estádio ou uma arena ajudariam a suprir essa lacuna. Há, obviamente, o risco de criar elefantes brancos. Por outro lado, se bem gerenciados, tais espaços poderão induzir novos ciclos.

Efeito Lady Gaga no Rio

Lady Gaga e shows para milhões? Somente no Rio de Janeiro. Mas que Foz do Iguaçu, com a devida união de esforços, tem totais condições de aproveitar suas vantagens e manter um calendário atraente, sem dúvidas.

Fica no ar o debate, para o qual instituições como o Visit Iguassu, com grande conhecimento e experiência na área, poderão contribuir de forma decisiva.

Em tempo: gostando ou não de Lady Gaga ou Madonna, observe a exposição mundial do Rio de Janeiro antes, durante e após os eventos. A repercussão gera ganhos a curto, médio e longo prazos. Eis aí o “pulo do gato”.

Apoie o jornalismo local em Foz do Iguaçu e fronteira. Assine o H2FOZ!

Muito obrigado pela leitura e ótima semana!

Guilherme Wojciechowski é colaborador do H2FOZ e redige, aos domingos, a edição semanal da Carta ao Leitor.

Vc lê o H2 diariamente? Assine o portal e ajude a fortalecer o jornalismo!
LEIA TAMBÉM
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.