O movimento Terreiro Resiste fez mais uma manifestação pacífica, na tarde dessa terça-feira, 5, em frente ao Fórum de Foz do Iguaçu, para combater o racismo religioso.
Um dos alvos de ataques foi o Templo de Umbanda Rei das Matas, que enfrenta um processo judicial desde 2022.
Ekedi do templo, Gabriela Basto, 22 anos, disse que o movimento busca um espaço para ampliar a luta pela liberdade religiosa.
Quando estava instalado no Jardim Patriarca, o Templo Rei das Matas foi alvo de ataques de vizinhos — que, entre tantas ações, chegaram a jogar bombinhas e rojões contra a casa religiosa e água benta em carros.
Em outro episódio, durante uma festa, com roda de samba e capoeira, uma pessoa apareceu com arma de fogo na porta do templo.
O caso foi parar na Justiça, e o Ministério Público ofereceu denúncia contra os vizinhos.
Na tarde dessa terça-feira, 5, foi realizada uma audiência de instrução e julgamento com as partes envolvidas.
Advogado que defende o templo, Igor Cardoso, afirmou que as partes têm 15 dias úteis para apresentar alegações finais. Na sequência, o caso será julgado.

Alvos de ataques e intolerância
Especializado em Direitos Humanos, Cardoso realçou serem comuns casos de intolerância e racismo contra religiões de matriz africana em Foz. “Tem alguns terreiros que sofrem o mesmo problema.”
Segundo ele, os ataques partem de vizinhos específicos, e o problema vai além da intolerância, por isso se configura racismo religioso.

Outro caso que ilustra o problema foi a depredação da imagem de Iemanjá que fica dentro de uma gruta.
Levantamento feito pela extinta Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Foz do Iguaçu indica haver cerca de 150 terreiros de umbanda e candomblé na cidade.
Essa foi a quarta edição do movimento Terreiro Resiste.
Leia também: Religiosidade em Foz do Iguaçu e os dados do Censo 2022 do IBGE