Matéria atualizada às 14h49 – A programação encerra no domingo (21), e não no sábado (20), como informado anteriormente.
Você sabe o que é o Kwanzaa? Diferentemente do que muitos pensam, ele não constitui um instrumento musical, mas uma poderosa celebração de resistência. Neste fim de ano, a comunidade negra de Foz do Iguaçu recebe um convite especial para vivenciar essa festividade, que iniciou na segunda-feira (15) e segue até domingo (21).
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O Núcleo Antirracista Aqualtune (@nucleo_antirracista_aqualtune) organiza a festividade, que enaltece a cultura, os valores e a história do povo negro. A programação virtual reúne reflexões sobre princípios africanos como união, comunitarismo, ancestralidade e criatividade.
A programação encerra no domingo (21) com um encontro presencial no ponto de cultura Quintal da Tia Lu, com direito ao Malungo Secreto e muito samba. O espaço está localizado na Rua Harpia, n.º 179, na região da Vila A.
A mobilização marca a apresentação pública do núcleo antirracista Aqualtune, organização comprometida com o enfrentamento ao racismo e a promoção da equidade racial. Ademais, a diretoria colegiada do grupo afirma que o Kwanzaa 2025 é um momento para fortalecer os vínculos entre coletivos negros e lideranças comunitárias que constroem o movimento negro na cidade.
O que é o Núcleo Antirracista Aqualtune?
O nome escolhido é uma homenagem à princesa do Congo, Aqualtune. Estrategista militar, trazida ao Brasil como mulher escravizada, ela foi uma das fundadoras do Quilombo dos Palmares. Além disso, foi mãe de Ganga Zumba e avó de Zumbi dos Palmares.
Em suma, o nome simboliza resistência, liderança negra, protagonismo feminino na ancestralidade africana e luta pela liberdade.
Balanço das ações
Quintas com (Poesia) — encontros realizados em parceria com o El Punto de Cultura e bar El Punto (@elpuntodefoz), voltados à divulgação da poesia negra, promovendo, sobretudo, diálogos sobre negritude, território e resistência a partir da literatura.
Lançamento e divulgação do livro bilíngue Tigre sin Alas, do escritor Paco Manhães, homenageado pelo núcleo durante a Feira do Livro, com presença de convidados ilustres e apoio da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu.
Lançamento do livro Vozes negras Escritas — com homenagem à sua editora, professora doutora Joselina da Silva (importante intelectual e militante do feminismo negro e lésbico do Brasil).
Oferta gratuita de aulas e ciclos de formação sobre “Letramento Racial Crítico” em escolas e universidades, ampliando o diálogo entre educação superior e movimentos sociais.
Por fim, a mobilização para o Kwanzaa 2025, celebração com samba que ocorrerá, no próximo domingo (21), no Quintal da Tia Lu.
Expectativas e projetos para 2026
Para 2026, o núcleo projeta a ampliação de sua atuação com infância, cultura popular e ações socioambientais. Entre os destaques estão:
Alinhamento às diretrizes do selo Vidas Negras Importam, da ONU e do programa Juventude Negra Viva do governo federal.
A apresentação, ao Compir/Foz, do Selo Azoilda Trindade — Escola Antirracista. O selo avalia e certifica unidades escolares por meio de indicadores acompanhados pelo Ministério da Igualdade Racial.
Além disso, o grupo vislumbra projetos em parceria com a Ampir Negritude Paraná e o Bate-Papo com Kada (@claudio_kada).

