“Estagnação continua.” Essa é a avaliação do matemático, estatístico e analista Luiz Carlos Kossar, ao comparar a posição de Foz do Iguaçu no Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM) com o de outros três municípios da Região Oeste, a partir de dados de 2023, os mais recentes divulgados. Emprego e renda, afirma, formam o maior desafio da cidade.
O IPDM é considerado um indicador da qualidade de vida da população, pois é norteado por três eixos estruturantes essenciais, que são saúde, educação e renda. O diagnóstico é elaborado e divulgado pelo Ipardes, autarquia do Governo do Estado, a partir de fontes governamentais.
A compilação de recorte regional do estudo, feita por Kossar, mostra Toledo com excelente desempenho nos três indicadores (5.ª posição geral no Paraná) e Cascavel (11.ª) com avanço sólido, principalmente em educação e no ranking geral. Medianeira (19.ª) mantém bom resultado, ainda que perca posições no ensino. E Foz do Iguaçu?
Os dados sobre a cidade fronteiriça mostram piora acentuada em saúde, queda em renda e melhora em educação, apesar de ainda permanecer em uma posição distante. No ranking geral da série histórica, Foz do Iguaçu caiu do já longínquo 110.º lugar em 2010 para a 117.ª posição em 2023.
Posição de Foz do Iguaçu em relação a Toledo, Cascavel e Medianeira no IPDM de 2023:

Desempenho iguaçuense em relação às cidades vizinhas, considerando a série histórica:

Análise dos números
Convertendo os dados em análise, Luiz Carlos Kossar argumenta que o problema de Foz do Iguaçu está na matriz econômica — que, para ele, é “equivocada”. Perguntando se não vê problema de eficiência na gestão pública local, com o índice da educação tendo melhorado e o de saúde piorado, Kossar respondeu que “sim, mas o problema continua sendo emprego e renda”.
Ao H2FOZ, quando foi definido o resultado da eleição municipal de 2024, Kossar avaliou que a vitória de Joaquim Silva e Luna (PL) significou que o eleitor escolheu uma mensagem de desenvolvimento contra a estagnação.
Agora, questionado se a atual administração está aplicando medidas efetivas contra essa estagnação, respondeu:
“Este é um tema que nossos representantes não trataram e continuam não tratando como prioridade. Resultado desta miopia é a proliferação da pobreza em nossas periferias, cujas consequências são visíveis, tais como: uma das cidades com mais Bolsas Famílias do estado, a maior informalidade do estado, uma das maiores concentração de renda do estado.”


