O Monumento à Democracia na América Latina foi recolocado na Praça Naipi nessa terça-feira, 16. A Prefeitura de Foz do Iguaçu havia retirado a peça do local sob a justificativa de estar revitalizando o espaço.
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Por não ter informado com antecedência o motivo da remoção e o destino do monumento, o município acabou intimado pela Justiça para dar explicações.
A iniciativa partiu de representantes da sociedade civil. Havia receio de que a obra fosse descartada, até mesmo pela falta de informações sobre o significado histórico que tem. Professores, intelectuais e coletivos se manifestaram para a restituição da peça.
A escultura foi retirada da Praça Naipi, situada na confluência das avenidas República Argentina e Costa e Silva, no dia 29 de outubro. A instalação ocorreu em 16 de dezembro de 2010.

Secretário municipal do Meio Ambiente, Idelson Chaves disse que a revitalização do espaço não foi finalizada. Ainda será feita a melhoria do paisagismo e do entorno da praça, assim como a troca de pavers. A previsão é de que as obras sejam concluídas em janeiro.
Quanto ao monumento, Chaves afirmou que o município decidiu realocá-lo o quanto antes e que, independentemente de questão ideológica ou política, a pretensão é conservá-lo.
Professor de História na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Paulo Renato da Silva foi um dos intelectuais que questionaram à época a atitude do município. Para ele, a recolocação da escultura no local de origem é algo a ser celebrado.
“A retirada mobilizou diferentes lideranças e grupos da cidade, chamando a atenção para o tema do patrimônio histórico e cultural iguaçuense. Espero que a prefeitura passe a envolver mais a população em suas ações sobre o patrimônio ou a comunicar melhor os seus planos”, frisa.
Segundo o professor, é importante agora a sociedade iguaçuense apropriar-se do monumento e da praça, que precisa ser um espaço de memória, reivindicações, debates e troca de experiências.
Ele também ressalta caber ao município promover eventos e estimular a apropriação do espaço pela população.
Mural revitalizado
A revitalização da praça também englobou o painel da Lenda das Cataratas.
Conforme o historiador, em relação ao mural revitalizado, é inegável que ficou muito bonito. No entanto, é preciso fazer memória do mural que existia no local anteriormente. Para isso, basta uma placa informativa, de um QR code, que reproduza a imagem anterior.

Outra possibilidade é incluir o mural antigo em materiais didáticos usados nas escolas municipais, com a devida explicação. Para ele, não é destruindo o que existe que a cidade ficará mais moderna.
O professor informa não ser contra o novo mural, porém “é uma pena que ele tenha sido feito à custa do mural antigo”.


