Motoristas de transporte por app seguem cobrando local próprio para embarque e desembarque

Representantes da associação da categoria, Gerônimo Centurion e Adrielly Alves foram entrevistados no programa Marco Zero.

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Representantes da associação da categoria, Gerônimo Centurion e Adrielly Alves foram entrevistados no programa Marco Zero.

Quando o assunto é a relação institucional com o poder público, os motoristas de transporte por aplicativo em Foz do Iguaçu não têm muito a comemorar. Tão logo foi aprovada a Lei Municipal nº 4.641, há três anos, a categoria acionou – e conseguiu rever dispositivos – a Justiça contra a “nova” legislação e lançou o pedido por revisão ampla da norma.

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A atividade desenvolveu-se, e novas demandas surgiram. À legislação tida pelos profissionais como antiquada e desfavorável à classe somam-se a fiscalização considerada muitas vezes excessiva pela categoria e a falta de espaços específicos para o embarque e desembarque de passageiros de corridas chamadas pelos aplicativos.

Representantes da Associação de Motoristas por Aplicativo de Foz do Iguaçu (AMAFI), Gerônimo Centurion e Adrielly Alves fazem um relato sobre o exercício da atividade no município, os problemas e os desafios. Eles foram entrevistados no programa Marco Zero, uma produção conjunta do H2FOZ e da Rádio Clube FM.

Assista à entrevista:

Na entrevista, também foi abordada a persistência de uma minoria de motoristas, muitos dos quais não associados a operadoras de app, em fazer “corridas por fora”, sem o registro na plataforma. O preço do combustível, que pesa sobre os condutores, e os valores repassados pelas empresas fizeram parte da pauta.

Em fevereiro deste ano, o H2FOZ reportou protesto dos motoristas autônomos de aplicativo que, entre outros pleitos, pediam local de embarque e desembarque na rodoviária, no aeroporto e em pontos da Avenida Brasil, no centro de Foz do Iguaçu. Conforme Gerônimo e Adrielly, nada disso evoluiu até hoje.

“Em qualquer ponto com fluxo grande deveria ter sim esses espaços com identificação para uso de moradores e turista”, afirmou Gerônimo Centurion. “Quando não se cria uma estrutura, favorece situações fora do padrão, como a famosa viagem por fora do app, que ocorre também porque existe procura”, apontou.

Na Avenida Brasil, defende o dirigente da AMAFI, poderiam ser instalados “quatro pontos de embarque e desembarque de passageiros, a cada duas quadras”, propôs. “Com essa definição de espaços, daria para enumerar os pontos e propor aos apps o direcionamento das chamadas. Eles fazem isso com tecnologia, basta um código”, exemplificou.

Blitz no aeroporto

Em relação à denominada blitz educativa feita por órgãos de segurança nos dez primeiros dias de setembro no aeroporto, Adrielly Alves avalia que serviu somente para informar alguns motoristas regulamentados, sem atingir aqueles que atuam fora da legislação. Para ela, também passou uma imagem ruim aos visitantes que utilizaram o serviço.

“Conseguiu abordar muitos motoristas que não conheciam a lei, não os maus motoristas”, declarou. “E tem a parte ruim: inibiu a pessoa que vem de fora. Imagine um passageiro que desce no aeroporto, pede a corrida e aí chega um fiscal pedindo a regulamentação do motorista, procura um pneu careca ou uma luz queimada. O turista leva um susto da abordagem. Acaba ficando feio para Foz do Iguaçu”, elencou.

Custos para rodar

A representante da associação também falou sobre os custos com combustíveis e o valor repassado pelas empresas para os trabalhadores. Conforme a profissional, muitas vezes ocorrem cancelamentos, da parte dos trabalhadores, por não compensar o deslocamento até o local em que está o passageiro.

Ela ainda esclareceu que a categoria está há quase seis anos sem reajuste na parte que cabe ao profissional, ante aumentos constantes do preço dos combustíveis. Segundo Adrielly, houve recentemente o aumento por quilômetro e tempo da corrida, mas que não chegou a Foz do Iguaçu ainda.

“Essa correção é instituída e começa por testes nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, para depois chegar para nós”, narrou. “Estamos há anos sem reajuste, e os custos não param de aumentar, como é o caso dos combustíveis”, frisou.

“O que ocorreu, e ainda está para chegar às cidades, foi aumento no quilômetro rodado e no tempo”, complementou Gerônimo. “São 82 centavos por quilômetro e 12 centavos por minuto, um aumento de 15% nessa base de valor. Ou seja, um motorista ganha menos do que um R$ 1 por quilômetro da corrida”, analisou.

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