Prefeitura promete colocar mais ônibus e atrair passageiros com 2ª intervenção no transporte coletivo em 2 anos

Previsão é adicionar 30 veículos à frota em circulação. Consórcio Sorriso não se manifestará sobre a medida.

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Previsão é adicionar 30 veículos à frota em circulação. Consórcio Sorriso não se manifestará sobre a medida.

H2FOZ – Paulo Bogler 

Com a intervenção no transporte coletivo de Foz do Iguaçu, a prefeitura promete melhorar a qualidade do serviço, colocar mais ônibus para circular e atrair passageiros que deixaram de usar esse sistema e optaram por outros meios. Conforme a administração, o objetivo é adicionar 30 veículos à frota em uso – hoje, com 73 das 135 lotações.

O decreto de intervenção assinado pelo prefeito em exercício, Nilton Bobato (MDB), foi publicado nessa quarta-feira, 2, no Diário Oficial. Pôs fim, pelo menos por ora, ao jogo de “gato e rato” dos últimos dias entre a administração e o Consócio Sorriso, com pedidos e ameaças de um lado e negativas de outro, tendo como centro o aumento da frota de ônibus.

Procurado pelo H2FOZ, o Consórcio Sorriso afirmou, por meio de sua assessoria, que não se manifestará no momento sobre a medida determinada pela Prefeitura de Foz do Iguaçu.

Será a segunda intervenção da atual gestão no serviço, em menos de dois anos. Em janeiro de 2019, a prefeitura assumiu o controle da operação e nomeou um interventor ligado ao Consórcio Sorriso. Se a medida conseguiu restabelecer o pagamento de haveres de trabalhadores rodoviários e comprar ônibus novos, na época, não teve êxito na melhoria integral do transporte para o iguaçuense.

Ao justificar nova intervenção, o governo atribui às concessionárias o descumprimento de obrigações trabalhistas e tributárias, bem como a prestação de serviço deficitário. A não obediência, por parte das empresas, à normativa que estabelece a integralidade da frota é fator de reclamação constante da população, que se obriga a usar ônibus lotados em plena pandemia.

Ao intervir, pelo prazo de seis meses, a prefeitura nomeou Rafael Carbonera para gerir o sistema de transporte público, que reúne três empresas, podendo ele compor uma equipe sob sua coordenação. Conforme o decreto, a medida busca “restabelecer a adequada e eficiente prestação dos serviços aos usuários, garantindo a sua continuidade”.

“As pessoas que usam o transporte coletivo estão insatisfeitas, há um número reduzido de ônibus”, disse o interventor. “Nosso primeiro trabalho será a recontratação das pessoas [rodoviários] que perderam o emprego na pandemia. A ideia é a colocação de mais 30 ônibus no menor tempo possível para fazer [operar] com qualidade e quantidade”, frisou Rafael.

O decreto de intervenção prevê o controle dos meios materiais e humanos utilizados pelas empresas do Consórcio Sorriso, sendo:

– pessoal;

– frota;

– pátio;

– oficina;

– garagem; e

– atividades operacionais e administrativas (incluídas as de natureza tributária, contábil e financeira).

Problema antigo 

Problemas no transporte coletivo iguaçuense são históricos, incluindo preço alto e má qualidade do serviço. Isso porque as empresas do Consórcio Sorriso recorrem, em geral, aos termos do contrato 135/2010, firmado na gestão de Paulo Mac Donald Ghisi e Chico Brasileiro, que garante a concessão do serviço até 2025.

Na pandemia, a qualidade do serviço se deteriorou, sendo fator de exposição da população ao risco do novo coronavírus. A redução da frota, mesmo com a ampla retomada das atividades econômicas, faz com que o usuário precise sair mais cedo de sua casa, permanecer mais tempo em pontos e no terminal, deslocar-se em ônibus lotados e demorar mais para retornar à sua residência.

Alegando redução do número de passageiros, as empresas do Consórcio Sorriso receberam, recentemente, auxílio da Prefeitura de Foz do Iguaçu na forma de compra antecipada de vale-transporte, no valor total de R$ 1,8 milhão. Esse valor foi previsto para ser pago em três vezes.

No decreto de intervenção, a gestão municipal afirma que, antes da pandemia, 135 ônibus circulavam, de segunda a sexta-feira, para atender cerca de 60 mil passageiros. Atualmente, 73 veículos suprem a demanda de 27 mil passageiros, conforme a prefeitura.

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