Os animais: a eles devemos, no mínimo, respeito

Os animais são reféns da ganância humana que muitas vezes transformam sua existência em sofrimento. Mas há exceções e nelas devemos nos espelhar

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Por AIDA FRANCO LIMA | OPINIÃO

14 de março, é dia deles. Dia Nacional dos Animais. Eles estão presentes em nossa vida cotidiana e desde os primórdios participam da história da evolução humana. Estão nas pinturas rupestres, nos objetos enterrados juntos dos faraós e as mais antigas civilizações. Os animais racionais estão conectados diretamente com os irracionais, por bem ou por mal. Normalmente, o mal recai aos últimos.
Em diversas passagens bíblicas os animais estão presentes, mas parece mesmo que o trecho mais levado a sério é Gênesis 1:26-28 “Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão”.
O homem acha mesmo que pode e deve controlar a vida de todos os animais. De modo direto, como por exemplo com um animal doméstico ou indiretamente, quando destrói os habitats dos animais nativos.
Destruímos seus habitats e não queremos que busquem abrigos perto de nossas moradias. Veja o que acontece com os morcegos. Quando buscam abrigo no forro de nossas casas, é aquele desespero. Temos medo de que transmitam raiva, mas de certo modo parecemos mais raivosos ainda que o vírus que possa transmitir a temida doença.
Com as maritacas, a mesma coisa. Acabamos com as árvores, não restam nem troncos secos, e quando entram pelos beirais, nos forros das residências, nos incomodamos porque queremos dormir e não suportamos tanta algazarra. Reclamamos que elas roem a fiação, enquanto corroemos os biomas que as abrigariam.
E as abelhas? A mesma coisa. Gostamos de consumir o mel, porém poucos são os que querem perto de si. Há o risco de elas atacarem? Sim, claro. Mas quem mais as colocam em risco somos nós mesmos.
Vamos aos animais domésticos. Olhem ao redor, as infinitas ninhadas de cães e gatos, as colônias esparramadas pelas cidades, que ficam à mercê das mais variadas formas de maus-tratos. Animais são explorados como caça-níqueis e descartados como papel higiênico.
E os animais marinhos sufocados pelas toneladas de plásticos que invadem seus estômagos? E a vida selvagem, que foge para o meio urbano, porque suas moradias são aniquiladas pela clandestinidade das madeireiras, empreiteiras, garimpeiros, pescadores ilegais, exploradores, contrabandistas, traficantes, entre outros? Não escapa um animal, cuja existência não esteja em risco, em virtude da ganância humana.
Outro dia vi na televisão, o apresentador falou que as torcidas organizadas de alguns times ficaram proibidas de irem aos estádios de futebol, em virtude das brigas, da selvageria cometida. Fiquei pensando e lamentando, sobre como nossa sociedade não aprende com os animais.
Comparar torcedores racionais que se armam para atacar seus pares, porque torcem por outro time, com a vida dos animais, não tem sentido. Os únicos que ameaçam o Planeta são os humanos. Os animais irracionais defendem suas vidas, seus territórios, suas crias, mas jamais destroem suas moradias. O ‘instinto’ de um filhote de gato, que procura terra para defecar, é mais audacioso que dos governantes, que são incapazes de prover as comunidades com rede de esgoto. Exagero a comparação? Exagero é compará-los com os seres humanos que, inclusive, se matam por nada! Porque não tem nada mais precioso que a vida.
Há muitas datas no calendário para lembrar os animais, o meio ambiente. Todas são importantes e todas deviam nos levar a uma reflexão. Se o homem se atém a Gênesis, para justificar seu domínio sobre todos os seres vivos e o leva ao pé da letra, o que resta mesmo é o Apocalipse. Apocalipse esse que já acontece na vida dos animais, que tanto agonizam nas garras do homem.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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