Boleto sempre vence: paranaenses lideram ranking de endividamento no país

Pesquisa revela que 96% das famílias possuíam débitos em dezembro; vilão foi o cartão de crédito, seguido pelo financiamento de carro.

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Os paranaenses são os campeões em endividamento entre todos os estados brasileiros, terminando 2022 no maior nível dos últimos 13 anos. Em dezembro, 96,4% das famílias do estado possuíam algum tipo de dívida.

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A apuração resulta da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). Essa radiografia é feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio Paraná).

Trata-se do maior percentual da série histórica da pesquisa. No topo do ranking, o Paraná é seguido por Rio Grande do Sul (92,2%) e Rio de Janeiro (90,9%). Já a população de Goiás não precisa sofrer de insônia, pois o estado é o menos endividado do Brasil (58,9%).

Nesse universo de boletos, entretanto, a Fecomércio Paraná faz uma ressalva, que é uma boa notícia. Os paranaenses não são os mais inadimplentes, ficando em 17.º lugar ao considerar as contas em atraso, com 23,8% da população nessa condição.

A pesquisa revela, ainda, que 8,4% dos entrevistados do Paraná não terão condições de pagar seus compromissos. Esse percentual coloca o estado perto do meio da lista, na 12.ª posição entre as 27 unidades da federação.

“Uma avaliação da evolução do endividamento mostra que o paranaense nunca esteve tão endividado quanto em 2022”, diz a Fecomércio Paraná. A média anual ficou em 93,9% no ano passado, a maior de toda a série histórica; em 2021, foi de 90,4%; e, em 2020, de 89,6%.

O vilão do endividamento no ano passado foi o cartão de crédito, com 88,2% em dezembro. O financiamento de carro respondeu por 7,6% das dívidas dos paranaenses; e o financiamento de casa, 5,7%.

Ranking de endividamento e inadimplência por estado:

Ricos e de menor renda

O endividamento não fez distinção de classe social em 2022, entre os mais ricos e os de menor renda. Nas faixas de renda de até dez salários mínimos e acima desse montante, o percentual ficou no mesmo patamar, com 96,3% e 96,4% em dezembro, respectivamente.

Porém, esse equilíbrio não se deu em todo o ano. “As famílias de menor renda iniciaram 2022 menos endividadas do que aquelas de maior renda e chegaram ao mesmo grau em julho, chegando a ultrapassá-las nos meses subsequentes”, explica a federação.

“Com renda mais limitada, a inadimplência é maior entre os que possuem renda familiar até 10 salários mínimos, que chegaram em dezembro com 25,7% de famílias com contas atrasadas”, prossegue a Fecomércio Paraná. Esse patamar foi de 14,9% no segmento de renda familiar superior a dez salários.

Mulher jovem é mais endividada

A média nacional de endividados também bateu recorde, confirma o levantamento:

  • 77,9% das famílias estavam endividadas em 2022, alta de sete pontos percentuais em relação a 2021 e de 14,3 no comparativo com 2019, antes da pandemia.
  • o índice mais baixo foi registrado em 2018, quando 60,3% das famílias estavam com dívidas.

A partir da avaliação nacional da PEIC, ficou constatado que o perfil da pessoa endividada é de uma mulher, abaixo 35 anos e que possui ensino médio incompleto. Esse padrão médio é de moradora das regiões Sul e Sudeste, de famílias com até dez salários mínimos.

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