A Itaipu e entidades de Foz do Iguaçu debateram sobre o plano de desenvolvimento trinacional. A proposta foi levada à direção da binacional por representantes da ACIFI, Codefoz e Codetri, com a proposta de envolver 11 cidades da Argentina, Brasil e Paraguai.
A iniciativa de aprofundar a pauta surgiu a partir do projeto Foz em Números, estudo que radiografou os indicadores do município e revelou o potencial integrado da região trinacionaol, em num raio de 50 quilômetros. Assim, a idieia é criar o Plano de Desenvolvimento Econômico da Região Trinacional.
Participaram da reunião com diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, os presidentes da Associação Comercial e Empresarial, Danilo Vendruscolo, do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Brito, e do Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional do Iguassu, Roni Temp.
Vendruscolo destacou o crescimento do PIB de Foz do Iguaçu nas últimas duas décadas. Expôs que esse indicador deu um salto após a sociedade civil organizada abraçar a ideia de combater o contrabando e o descaminho, optando pela formalização das empresas e dos empregos.
Plano trinacional
A formalização da economia impactou o crescimento de 183% do PIB de Foz do Iguaçu entre 2011 e 2021, disse o dirigente. A evolução teve como base quatro cadeias propulsivas: turismo, logística, educação e saúde.
“Mas ainda temos muitas pessoas na informalidade. Para acelerarmos o crescimento, precisamos entender a fundo a economia dos 11 municípios deste raio de 50 quilômetros. Olhando para 2050, qual é o nosso potencial regional, que tipo de desenvolvimento queremos e que tipo de recursos queremos atrair?”, refletiu o presidente da ACIFI.
Enio Verri, que é economista, pontuou que, ao assumir a Itaipu Binacional, em 2023, percebeu a necessidade de um plano para o desenvolvimento integrado dos municípios fronteiriços. Para ele, prefeituras e governos estaduais e federais precisam ampliar o diálogo com a iniciativa privada para alinhar objetivos em comum.
“O grande desafio é transformar realidades, reconhecendo as diferentes culturas entre brasileiros, paraguaios e argentinos”, afirmou. Verri também realçou que o lado brasileiro da hidrelétrica tem como área de atuação prioritária os 399 municípios do Paraná e os 35 do Mato Grosso do Sul. Já o lado paraguaio da usina atua em todo o território nacional.
Como encaminhamento do encontro da ACIFI, Codefoz e Codetri com a Itaipu, foi pactuada a apresentar a proposta ao diretor-geral paraguaio da binacional, Justo Aricio Zacarías Irún, junto a instituições do departamento de Alto Paraná. A articulação visa a contemplar, em um mesmo patamar, autoridades e lideranças dos países fronteiriços.
Força trinacional
Os 11 municípios propostos totalizam um milhão de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 82 bilhões. Só para ter uma ideia da dimensão desses dados, basta dizer que competem com várias capitais brasileiras. No Paraná, ficam atrás apenas da região metropolitana de Curitiba.
São eles:
- Brasil: Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu.
- Paraguai: Ciudad del Este, Presidente Franco, Minga Guazú, Hernandarias e Los Cedrales.
- Argentina: Puerto Iguazú e Colonia Wanda.
(Com informações da assessoria)