O novo teatro municipal foi um ponto para o qual afluíram artistas, realizadores, agentes públicos e cidadãos participantes da audiência pública na Câmara de Vereadores. A iniciativa recente foi convocada para discutir cultura e, com efeito, ações públicas na área.
A construção do teatro é deliberação de sucessivas conferências de políticas públicas. Porém, contida por discursos de gestão participativa e corresponsabilidade da sociedade, que, sob a verdade da prática, estacionam em agendas e prioridades próprias.
Na audiência no Legislativo, muito se falou de cidades menores do que Foz do Iguaçu que contam com teatro. É possível agregar a importância desse equipamento para as políticas públicas de cultura, em que a vizinha Toledo, não se vai muito longe, pode ser tomada como comparativo.
Estudo do IBGE, divulgado no final de 2021, colocou essa cidade — que tem teatro — em nono lugar no ranking nacional de atratividade cultural. O dado corresponde à capacidade de o município atrair moradores vizinhos em busca de atividades criativas, de bens e de serviços na cultura.
O teatro não é pensado como a única componente da ação governamental na área. Mas é um meio indispensável para a formação e a circulação artístico-cultural, para o intercâmbio entre companhias e grupos, bem como para a consolidação de público e plateias.
Multiúso e agregador de várias linguagens, pode ser um instrumento de democratização e de garantia de direitos culturais ao iguaçuense. De trocas, encontros da comunidade e desenvolvimento. De ampliação de repertórios e polo para as criações de vários países, a começar pelos fronteiriços.
A construção de um teatro sumiu da fala pública do prefeito Joaquim Silva e Luna (PL) após sua posse. Justo no momento em que Foz do Iguaçu está sendo compensada financeiramente pelo estado, em função da desapropriação do Centro de Convenções.
Além disso, nos últimos meses de gestão, em 2024, o prefeito anterior chutou a meta para longe ao instituir o Plano Municipal de Cultura e prever para 2030 o Teatro Municipal de Foz do Iguaçu construído e, em 2034, seu pleno funcionamento. Antes disso, nenhuma ação foi prevista.
Cadê o teatro? A interrogativa que revigorou forças na Casa de Leis reverbera há anos em Foz do Iguaçu, sendo parte de distintos pedidos da comunidade, atravessando o tempo ora entre promessas, ora como falácia em discursos de campanha. A pergunta permanece.