Reportagem do H2FOZ deu fluxo à pesquisa que analisa a demanda turística de Foz do Iguaçu e revela o perfil do visitante que chega à Terra das Cataratas, cidade integrada às vizinhas para formar as Três Fronteiras. O estudo, de caráter periódico, é conduzido pelo Itaipu Parquetec.
Entre os achados, um dado se impõe: um a cada três turistas já esteve em Foz mais de quatro vezes. Os percentuais ilustram essa recorrência: 33% (janeiro), 34,9% (julho) e 36,5% (setembro) deste ano, além dos 40% registrados em dezembro de 2024. Se somada a fatia dos que visitaram a cidade uma ou duas vezes, o indicador se aproxima de 60%, reforçando o poder de fidelização do destino.
Em termos gerais, isso significa que Foz do Iguaçu conquista seus visitantes. Poucos destinos combinam, com a mesma força, paisagens naturais icônicas, gastronomia e hotelaria de padrão internacional, ampla oferta de atrativos e possibilidade singular de vivenciar dois países vizinhos — Argentina e Paraguai — em deslocamentos curtos e cotidianos.
O diagnóstico mostra que as Cataratas do Iguaçu, no lado brasileiro do Rio Iguaçu, permanecem como o atrativo mais visitado pelos participantes da pesquisa. Em segundo lugar, com 23,15%, aparece o comércio paraguaio de importados, em Ciudad del Este, consolidado como polo do turismo de compras. A leitura dos pesquisadores: os dados reafirmam as Cataratas como “principal motivador” da viagem e evidenciam o caráter fronteiriço do destino, além da facilidade de transitar entre os países.
A pesquisa também aponta renovação constante do público: 41,3% dos turistas declararam visitar Foz pela primeira vez no levantamento de setembro. O relatório sintetiza essa dinâmica: “Ao mesmo tempo em que atrai novos públicos, [Foz do Iguaçu] fideliza visitantes que mantêm o hábito de retornar.”
O tempo de permanência, desafio histórico para o setor, muda conforme o período. As melhores médias são nas férias de janeiro (4,91 dias) e julho (4,06), e o menor patamar, em setembro (3,33). O conjunto de indicadores inclui, ainda, gasto médio, meio de transporte e preferências de hospedagem. Entre os fatores decisivos para escolher Foz, destacam-se recomendações de amigos e parentes, experiências anteriores e meios digitais — internet e redes sociais.
Ao reunir dados, tendências e padrões, diagnósticos funcionam como bússola para apontar potencialidades, revelar gargalos e ajudar no reposicionamento do destino. Mas, ao mesmo tempo que avança o detalhamento quanto ao perfil, permanece a necessidade de métricas técnicas, transparentes e consolidadas para medir com precisão o fluxo total de turistas que chegam à cidade, projetando além da contagem da bilheteria do Parque Nacional do Iguaçu.

