
Nas vésperas do Dia das Mães, uma das melhores datas para o comércio no ano, e no auge de uma megapromoção de importados na fronteira, a Prefeitura de Foz do Iguaçu surpreendeu com o anúncio de interdição da Avenida JK. A via em obras é ligação com Vila Portes, Jardim Jupira e Região Norte.
O protesto de comerciantes foi imediato. O cronograma do bloqueio da avenida, que é fundamental no sistema de mobilidade da cidade, foi adiado, segundo a prefeitura, não pelos apelos, mas porque a firma contratada não entregou a emulsão para os serviços no pavimento.
O episódio é mais um a evocar reflexão sobre os problemas que envolvem o financiamento, a gestão e a execução de obras públicas em Foz do Iguaçu. De modo geral, são aditamentos que inflacionam os custos e geram atrasos, problemas em projetos e impactos da execução.
A Perimetral Leste, por exemplo, passou por aditivo que elevou o preço e prolongou a entrega. A duplicação da Rodovia das Cataratas envolve a incerteza de um pedido de recuperação judicial da empreiteira e suscita cobranças sobre decisão de uma edificação em frente a um investimento privado.
A fase final das obras para contenção de alagamentos na região do Jardim São Paulo/São Luis se resume a uma placa anunciando o serviço – que nunca saiu do papel, promessa da gestão anterior. As enchentes continuam. Viaduto na entrada da cidade seccionou bairros e não resolveu em 100% o gargalo do trânsito.
Perimetral, Rodovia das Cataratas e Avenida JK, por ora, têm em comum principalmente o transtorno das obras públicas na vida de moradores de Foz do Iguaçu e turistas. Não raramente, bloqueios geram questionamentos quanto ao planejamento, forma e aplicação dos desvios e contenções de tráfego.
A cobrança é devida. Utilizar o já questionado serviço de transporte coletivo no itinerário da Avenida JK em obras torna a viagem ainda mais inadequada. Qual será a imagem retida pelos visitantes que percorrem o labiríntico caminho que conduz às Cataratas do Iguaçu?
Não se discute que os transtornos das obras passam e, geralmente, os benefícios das intervenções ficam. Mas é indiscutível que o conhecimento humano em áreas como planejamento, gestão e engenharia é um capital que deva garantir eficiência e economicidade. E rigor nos prazos de entrega.
Incompetência ligada a falcatruas fazem parte do cotidiano iguaçuense…empresas e órgãos municipais vivem de comodidades e falta de vergonha na cara.