O Festival Iguassu Inova mostrou que criar e programar robôs também é coisa de criança. No evento, realizado até sábado, 25, no Itaipu Parquetec, em Foz do Iguaçu, estudantes do ensino fundamental e médio surpreenderam com projetos na área de robótica e automação, os quais envolvem lógica e programação.
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No FIciências, mostra de trabalhos científicos, crianças demonstraram destreza e inteligência na arte de programar. Em um dos estandes, da Escola Control 3D, entre os inúmeros robôs criados, havia um musical e outro que possibilita jogar pingue-pongue a partir de uma tela.
Heitor Michel e Yohan Gomes Leite integram a equipe que montou o robô musical. Este, explica Heitor, tem um sensor ultrassônico que lança um raio e calcula distâncias. Isso permite que o equipamento toque diferentes notas. A cada dez centímetros de aproximação, o robô toca uma nota musical diferente.
“Amo fazer robôs porque, além de ser divertido, é complicado — e eu gosto de coisas difíceis”, conta Heitor. As crianças podem fazer vários tipos de robôs. Entre os quais: ajudantes, aspiradores de pó e também de luta.

Isis Godoy, por exemplo, relata ter conseguido programar um robô em apenas um dia.
Criado por Enzo Brugognoli e David Godoy, outro robô permite que o usuário jogue pingue-pongue em uma tela de computador. O equipamento possui sensor para movimentar raquetes.

Sumô de robôs movimenta evento
Uma das atrações da área de robótica envolvendo crianças e jovens foi o Sumô de Robôs, uma disputa que envolve robôs em uma pista.
Engenheiro mecânico graduado na Unioeste, Gustavo Henrique de Almeida, 31 anos, é professor da Escola Control 3D, que ensina às crianças montarem e programarem os equipamentos.
Ele revela que o objetivo do robô de luta é empurrar o adversário para fora da pista. Para isso, não é necessário controle remoto. “Os robôs têm sensores de distância e de linha e conseguem verificar se estão ou não dentro da pista.”
Por meio de sensores de distância, diz Gustavo, os robôs também localizam o adversário.
O engenheiro esclarece que nem sempre o equipamento mais caro vence a luta, porque todos usam o mesmo tipo de motor e o mesmo controlador. A falha é o principal motivo que leva o robô a perder a luta.
“Mesmo os robôs muito complexos e com muitos sensores podem falhar. O robô mais simples pode ganhar justamente porque foi simples demais e não falhou. A falha é o principal motivo que faz o robô perder”, confirma.

Para fazer a parte externa dos equipamentos, os alunos utilizam materiais recicláveis, a exemplo de pote de sorvete, caixa de leite e garrafa PET.
A programação é feita com arduino, e a escola usa uma plataforma própria para os alunos programarem com blocos que facilitam principalmente para crianças em fases de alfabetização.
Por isso, há alguns pequenos que ainda não sabem ler, porém conseguem programar usando lógica, a qual pode ser ensinada durante a alfabetização.
Automação e meio ambiente
Outro projeto do FIciências foi de alunos do segundo ano do ensino médio do Centro Regional de Educação Dr. José Gaspar Rodríguez de Francia, de Ciudad del Este, Paraguai.
A equipe formada pelos alunos Jesus Figueiredo, Isaías Figueiredo, Néstor Ávalos e Eduardo Bernal desenvolveu um protótipo automatizado para ser utilizado em praças e parques, que possibilita ao morador identificar a lixeira correta para destinar resíduos.
A proposta é conscientizar as pessoas para a importância da reciclagem do lixo. Por isso, o nome do projeto é Vida Consciente.

O protótipo foi feito com placas de arduino e Makey Makey. O sistema é capaz de identificar o tipo de resíduo descartado pelo morador e abrir automaticamente a tampa do lixo, promovendo assim uma reciclagem de lixo mais eficiente.
“Há mil fotos para o computador associar a imagem aos objetos. É uma forma mais barata de fazer”, explica Isaias Figueiredo.
Arte e tecnologia
Com inúmeros ambientes, sejam tecnológicos ou a céu aberto, o Festival Iguassu Inova também apresentou um espaço para arte.
Uma das construções do Itaipu Parquetec teve a fachada colorida por grafite. Uma das artistas que participou da ação foi Jay Moraes, 38 anos, que veio de Cascavel.
Ela conta que a temática do mural transita entre a tecnologia e a natureza, ou seja, o intuito é retratar de que forma ambas podem ser usadas em conjunto.

Segundo Jay, a iniciativa da grafitagem no evento foi incrível, até porque muitas pessoas questionam se a tecnologia vai substituir a arte, o artista. “Estamos aqui fazendo o trabalho com nossas próprias mãos, usando nossa criatividade e mostrando que dá para fazer isso em conjunto, uma coisa não vai substituir a outra, e sim somar.”
De Irati, Gabriela Felchak, 20, aluna do Instituto Federal do Paraná (IFPR), informa que aprendeu muito no evento e volta para casa com experiências positivas. “Eu vou levar bastante coisa nova.”
Ela achou o festival divertido e destacou os laboratórios que visitou. Uma das atividades das quais Gabriela participou foi a roleta de prêmios, que proporcionou brindes aos participantes.

Realizado pelo Itaipu Parquetec, em parceria com a Itaipu Binacional e o governo federal, o evento é gratuito e segue até este sábado, 25. Veja a programação: www.festivaliguassuinova.com.br.
O Festival Iguassu Inova tem patrocínio de Polkadot, N&DC, Hub1601, Fundo Iguaçu, Visit Iguassu, Heineken e Outback. Apoio institucional: Sebrae e Embratur. Promoção: RPC.




