Rádio Clube
H2FOZ
Início » Educação » Educadores lotam a Câmara: secretária convocada para responder a cobranças

Educação

Rede municipal

Educadores lotam a Câmara: secretária convocada para responder a cobranças

Vereadoras da Comissão de Educação enumeraram problemas, denúncias e insatisfações; base de apoio ao prefeito Silva e Luna atenuou reivindicações.

4 min de leitura
Educadores lotam a Câmara: secretária convocada para responder a cobranças
A secretária municipal da educação, Silvana Garcia, durante a plenária - foto: Chistian Rizzi/CMFI

Educadores do município lotaram a Câmara nessa quinta-feira, 16, quando a secretária da pasta, Silvana Garcia, foi convocada para elucidar cobranças, denúncias e insatisfações de profissionais e da comunidade. A iniciativa foi da Comissão de Educação, Cultura, Assistência Social e Defesa do Cidadão.

As três vereadoras da Comissão de Educação, Yasmin Hachem (PV) — que preside o colegiado —, Valentina Rocha (PT) e Marcia Bachixte (MDB), principalmente, enumeraram uma série de problemas. Foram perguntas e colocações dirigidas à titular da Secretaria Municipal de Educação (Smed).

Publicidade

Já os vereadores da base de apoio do prefeito Joaquim Silva e Luna (PL), como Bosco Foz (PL), Cabo Cassol (PL), Dr. Ranieri Marchioro (Republicanos) e Sidnei Prestes (Mobiliza), atenuaram as reivindicações. Vários secretários municipais participaram da plenária em apoio à colega de administração.

Os principais questionamentos à gestão da secretária Silvana Garcia na pasta foram:

  • falta de diálogo da secretaria com servidores;
  • qualidade da alimentação nas escolas e centros municipais de educação infantil (CMEIs);
  • falta de segurança nas instituições de ensino;
  • necessidade de ampliação de vagas na educação;
  • ausência de plano de carreira para merendeiras e condições inadequadas de cozinhas;
  • déficit de nutricionista e psicólogos;
  • critérios para a reorganização administrativa na Educação;
  • previsão de concurso público para professores do ensino fundamental;
  • alunos com laudo que estão sem professores de apoio;
  • servidores em estágio probatório ocupando cargo de chefia;
  • forma de construção das metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB); e
  • condições estruturais das escolas e CMEIs.

A secretária foi confrontada com um abaixo-assinado de mais de duas mil adesões pedindo que ela deixe o cargo, sinal de descontentamento da classe com a gestão. Os questionamentos públicos de professores e profissionais da educação dão conta de que a condução de Silvana Garcia tem consequências no ambiente de trabalho e no processo de aprendizagem.

Educadores: abaixo-assinado

Presidente da Comissão de Educação, a vereadora Yasmin Hachem elevou o tom em suas considerações finais. “Um abaixo-assinado com duas mil assinaturas não pode ser tomado como uma simples oposição. Esse número representa quase a metade dos professores da rede”, apontou.

E concluiu afirmando não ter testemunhado tantos problemas na pasta de educação. “Nada nunca se comparou ao que estou vivendo nessa legislatura: a quantidade de violações e ineficiências. Os rumos que esta gestão está seguindo são lastimáveis, principalmente para os que de fato moram aqui, sempre moraram e querem continuar morando”, asseverou.

Outro lado

A secretária municipal da Educação, Silvana Garcia, deu a sua versão acerca das cobranças feitas na Casa de Leis. Ela disse que assumiu o cargo com déficit de 400 professores, tendo sido contratados 200 profissionais na atual gestão. Informou que, no próximo ano, serão sete escolas em tempo integral, e relatou que 32 escolas e CMEIs precisam de substituição completa do telhado.

Silvana ainda argumentou em favor do grupo que montou na secretaria, rebateu que não há falta de diálogo e que o foco da equipe são os resultados de aprendizagem. Hoje, 72% das crianças são alfabetizadas na idade certa, relatou. Sugeriu estagnação da nota do IDEB, afirmando que em 2013 a média foi de 7,3, ante 7,4 uma década depois, em 2023, vinculando o cenário à ausência de recursos.

“O município deixou de receber este ano quase R$ 9 milhões e deverá perder o mesmo valor no ano que vem, sabem por quê? Porque não diminuímos a desigualdade da aprendizagem das crianças, comparando uma escola central com uma escola de periferia”, declarou Silvana Garcia.


Assista:

Newsletter

Cadastre-se na nossa newsletter e fique por dentro do que realmente importa.


    Você lê o H2 diariamente?
    Assine no portal e ajude a fortalecer o jornalismo.

    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.