Em dia de mobilização, educadores do município obtêm abono no salário em janeiro

Professores, agentes de apoio e demais profissionais da educação fizeram protesto na prefeitura e participaram de reunião de negociação nesta terça-feira, 11; pauta incluiu pagamento de referências e piso salarial.

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Professores, agentes de apoio e demais profissionais da educação fizeram protesto na prefeitura e participaram de reunião de negociação nesta terça-feira, 11; pauta incluiu pagamento de referências e piso salarial.

Educadores da rede municipal de ensino realizaram protesto na Prefeitura de Foz do Iguaçu na manhã desta terça-feira, 11. O ato público acompanhou reunião previamente agendada entre representantes sindicais e integrantes de uma comissão de negociação que tratou da pauta com a gestão municipal, pedindo valorização profissional e melhorias na remuneração.

Com faixas, cartazes, apitos e palavras de ordem, os profissionais da educação se concentraram na frente do Palácio das Cataratas, a sede do governo municipal, sem interromper o trânsito. Ao microfone, apresentavam as reivindicações e recebiam o apoio de motoristas que passavam pela via pública.

Educadores utilizaram faixas, cartazes e apitos durante o ato público – Foto: Marcos Labanca

Na reunião, que contou com o prefeito Chico Brasileiro (PSD) e outros membros da administração, foi aprovado o pagamento de um abono, em cota única, para os cerca de 2,6 mil professores, agentes de apoio e funcionários de escolas. O valor deverá ser de R$ 1,8 mil para cada profissional, totalizando R$ 4,7 milhões, segundo a prefeitura.

A negociação ocorrida durante a mobilização ainda deliberou:

  • pagamento de duas referências (reajuste de 6% no salário) a ser implementado no mês de março;
  • alterações no piso salarial dos professores, que segundo a prefeitura será de R$ 2 mil para quem faz 20 horas semanais – hoje, esse valor é de aproximadamente R$ 1.400; e
  • novas rodadas de negociações, a partir de fevereiro, sobre plano de carreiras e direitos nele previstos, pagamento de progressões e promoções, entre outros itens.

A diretora de políticas sindicais do Sinprefi, Viviane Jara Benitez, explicou que reivindicações como a reformulação do plano de carreiras fazem parte da pauta da categoria desde 2019. “E, como no ano passado houve um incremento de 23% nos recursos do Fundeb, sem ter ocorrido o rateio entre os profissionais da educação, como em outros municípios, sugerimos o pagamento de uma bonificação”, frisou.

Viviane Jara Benitez, do Sinprefi: “Reivindicações que estão na pauta desde 2019” – Foto: Marcos Labanca

Contraproposta

A proposta de abono foi ajustada pelos educadores durante a assembleia realizada na frente da prefeitura. Inicialmente, a gestão municipal sugeriu o pagamento por vínculo do servidor, o que causaria uma diferenciação entre profissionais dos ensinos infantil e fundamental. A contraproposta, que prevaleceu, indicou a divisão do valor total do benefício.

Desse modo, professores de escolas e centros de educação infantil, agentes de apoio, merendeiras, secretárias e demais trabalhadores do setor de Foz do Iguaçu receberão igualitariamente o abono de R$ 1,8 mil. “Não temos reconhecimento. Como sempre, a educação infantil é desvalorizada”, criticou a gestão a professora Antonella Gessi de Lima, ao defender a partilha equânime dos recursos.

Antonella Gessi de Lima cobrou valorização da Educação Infantil – Foto: Marcos Labanca

Valorização profissional

Professora municipal há três anos, Gabriela Antunes explicou que os salários atuais do magistério não são atrativos, fazendo com que muitos profissionais, mesmo depois de passar em concursos, deixem a profissão. Segundo a docente, além da baixa remuneração – ela afirmou receber R$ 1.389 por 20 horas –, a inflação contribui para reduzir o poder de compra.

“Atendemos cerca de 30 crianças por sala, é uma responsabilidade muito grande. Levamos trabalho para casa e, durante a pandemia, gastamos do próprio bolso com equipamentos e materiais para manter as aulas”, enfatizou. “Salários melhores valorizam a classe, estimulam a continuidade dos estudos, isto é, fomentam a qualidade do ensino”, refletiu Gabriela.

Gabriela Antunes: “Salários melhores valorizam a classe” – Foto: Marcos Labanca

Fundeb

Durante a convocação para as atividades desta terça-feira, educadores questionavam o fato de não ter sido repassado recurso do Fundeb aos profissionais, na forma de rateio, o que foi feito em outras cidades. Servidores chegaram a pedir maior transparência no manuseio do dinheiro do fundo.

Ao H2FOZ, a diretoria do Sinprefi ressaltou que a pauta do sindicato em relação à aplicação dos recursos do Fundeb está circunscrita à destinação das despesas. “Apesar de ter havido um incremento do repasse, ele não foi usado para valorização profissional. O que o sindicato pede é maior participação na destinação dos recursos”, sublinhou a entidade, via assessoria.

Educadores deliberam a proposta durante assembleia – Foto: Marcos Labanca

Na reunião com os educadores, a prefeitura apresentou dados de custeio do Fundeb e outras informações. “Todas as decisões da prefeitura são tomadas em cima de dados, e a transparência sempre fez parte dessa gestão. É importante que a sociedade saiba o que investimos na educação”, afirmou o prefeito Chico Brasileiro, por meio da Agência Municipal de Notícias.

“Em 2021 foi investido R$ 179 milhões com folha de pagamento e arrecadado pelo Fundeb R$ 136 milhões, ou seja, essa complementação é de recursos do município”, sustentou o gestor, conforme noticiou a agência pública de notícias de Foz do Iguaçu.

Ato público da educação nas fotos de Marcos Labanca:

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