Santa Terezinha de Itaipu reafirma sua posição como referência nacional em educação inclusiva. A Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo conquistou as duas primeiras colocações na terceira edição do Prêmio LEGO® Braille Bricks, destacando-se entre mais de 13 mil projetos inscritos de todo o país.
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O concurso é promovido pela Fundação Dorina Nowill para Cegos, em parceria com o projeto LEGO® Braille Bricks. A iniciativa reconhece educadores que vêm transformando a alfabetização e o desenvolvimento de crianças com deficiência visual em escolas brasileiras.
O primeiro lugar foi conquistado pelas professoras Vilma Gonçales e Pamella Chiossi, enquanto o segundo lugar ficou com Brenna Orrico, Márcia Benini e Maria Lucir de Oliveira. Os trabalhos se destacaram por promover inclusão, acessibilidade e aprendizado colaborativo entre estudantes com e sem deficiência visual.
Projetos vencedores
O projeto Avisos e Bilhetes na Vila dos Três Porquinhos, que ficou com a primeira colocação, foi desenvolvido pela autora, Vilma Gonçales, em parceria com a coautora, Pamela de Lima Chiossi. A iniciativa teve como objetivo trabalhar os gêneros textuais bilhete e aviso a partir da história dos Três Porquinhos. Para isso, utilizou-se o LEGO® Braille Bricks como recurso lúdico e inclusivo.
As atividades incluíram leitura, escrita, formação de palavras, produção de textos e montagem das casinhas dos personagens, promovendo a participação ativa de uma aluna com deficiência visual.
Já o projeto desenvolvido pela autora Brenna Orrico e pelas coautoras Márcia Benini e Maria Lucir de Oliveira recebeu o título Contando com Todos: Matemática, Inclusão e Imaginação com LEGO® Braille Bricks. A proposta visou a ensinar matemática de maneira divertida, acessível e colaborativa.
Durante 12 encontros, as crianças participaram de atividades práticas e lúdicas para compreender melhor números, operações e padrões. Além disso, o trabalho contou com a mascote Leguinho, criada pela turma com materiais recicláveis. O resultado foi marcante: os alunos aprenderam mais, envolveram-se nas aulas e desenvolveram autonomia, respeito e cooperação.

Inclusão
De acordo com a professora Brenna Orrico, que mora em Foz do Iguaçu e leciona em Santa Terezinha de Itaipu, o reconhecimento traz motivação e serve de exemplo. “Nosso objetivo é que a escola não precise de um ‘sobrenome’ de escola inclusiva — que ela seja, simplesmente, uma escola capaz de acolher todos os estudantes, com qualquer neurodivergência ou dificuldade. Queremos um espaço de aprendizagem não só de conteúdos, mas também para a vida”, ressalta.
Ela acrescenta que a conquista representa um passo esperançoso rumo à inclusão efetiva. “As leis já existem. O que ainda precisamos é colocá-las em prática com a estrutura necessária para isso. Faltam formação adequada, materiais acessíveis e melhorias arquitetônicas. A sociedade cobra a inclusão, mas a escola, enquanto pilar social, ainda enfrenta desafios para efetivar essas leis no cotidiano”, completa.
LEGO® Braille Bricks
O principal objetivo do LEGO® Braille Bricks é estimular o aprendizado do Sistema Braille de maneira lúdica, criativa e inclusiva. Voltado a crianças de 4 a 10 anos, o recurso utiliza peças que representam letras e números em Braille com a respectiva impressão visual. Dessa forma, o material facilita a alfabetização e incentiva a interação entre alunos cegos, com baixa visão e videntes.
Por fim, o prêmio avaliou critérios como inovação, aplicação prática, impacto e contribuição para a melhoria do processo de alfabetização em ambientes inclusivos. Cada proposta precisou demonstrar práticas pedagógicas reais, aplicadas com base nos conceitos aprendidos durante o curso de formação.


