Bióloga analisa situação atual da pandemia em Foz do Iguaçu

Vacinação, flexibilização, variante delta e importância dos cuidados fizeram parte da avaliação da professora e pesquisadora Elaine Soares.

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Vacinação, flexibilização, variante delta e importância dos cuidados fizeram parte da avaliação da professora e pesquisadora Elaine Soares.

A situação atual da pandemia de covid-19 em Foz do Iguaçu foi analisada pela bióloga, pesquisadora e professora da Unila Elaine Soares, em entrevista nesse sábado, 30, ao Marco Zero, programa do H2FOZ e da Rádio Clube FM. Vacinação, flexibilização, variante delta, fronteira e continuidade dos cuidados fizeram parte da avaliação.

Assista à entrevista:

Após um março caótico pelo número de mortes, casos e ocupação hospitalar, o cenário epidemiológico iguaçuense foi arrefecendo nos meses seguintes. Julho chegou ao fim como o mês de menor quantidade de vidas perdidas e diagnósticos positivos da doença durante 2021, mas o cenário requer prudência.

O Marco Zero é um programa conjunto produzido pelo H2FOZ e Rádio Clube FM. Entrevista, opinião, enquete, entretenimento, esporte, cultura e agenda. Todo sábado, das 10h às 12h. Participe do grupo no Whatsapp para receber as novidades.  https://bit.ly/3ws5NT0

O momento atual representa “a melhor situação do ano”, descreveu, na entrevista no último sábado. “Nossa situação está parecida com o que a gente tinha em setembro do ano passado, na época em que a ponte [Ponte Internacional da Amizade] não estava aberta ainda”, comparou Elaine.

“A semana passada [encerrada em 23 de julho] foi a melhor do ano, mesmo assim foram dez óbitos e cerca de 26 casos por dia”, citou. A bióloga lembrou que as ocorrências voltaram a subir, o que exige o monitoramento dos números da pandemia. “Temos que acompanhar nesta semana com atenção, para ver o que vai acontecer”, enfatizou.

No mês passado, foram quatro semanas com grande redução de casos em relação aos números de junho, quando os boletins epidemiológicos registravam acima de cem ocorrências diárias. “Com base nessa redução, dá para ter um pouco menos de rigidez [nas políticas de controle sanitário] do que tinha antes”, apontou Elaine Soares.

Por outro lado, a pesquisadora chamou a atenção para a taxa de positividade dos exames para detecção de covid-19. Essa taxa deve ser de até 5%, segundo o parâmetro da Organização Mundial da Saúde (OMS), para refletir o controle da doença, explicou. Em Foz do Iguaçu, a “média da semana estava em 14% de positividade, e ontem [29 de julho], próxima de 22%. Temos ainda uma quantidade alta de exames positivos”, avaliou.

Advertindo que a imunização acontece com duas doses da vacina, a pesquisadora detalhou que, quando 45% da população adulta iguaçuense recebeu a primeira aplicação, os casos de covid-19 começaram a cair. No momento em que esse percentual chegou a 70%, as ocorrências foram reduzidas para 42 diárias.

Variante delta

A atual queda no número de casos no município é consistente, contextualizou Elaine. Mas o momento exige prudência e a manutenção dos cuidados devido à confirmação da circulação da variante delta do coronavírus no Paraná. A necessidade de cautela é reforçada pelas particularidades da região de fronteira, na qual a vacinação não ocorre de forma equânime nas cidades.

“Os estudos e publicações recentes mostram que a variante delta consegue circular entre pessoas vacinadas, então o número de pessoas imunizadas para chegar à proteção coletiva precisa ser maior”, disse Elaine Soares. “Precisaria ter um percentual acima de 80% ou 90% da população com as duas doses para o controle da doença. E não é só a vacina, precisa ser mantido o uso correto e máscara”, ressaltou.

Ela reforçou a importância e a eficácia das vacinas ao lembrar ser imensamente menor o número de óbitos e o adoecimento com sintomas leves ou graves da doença entre pessoas que já receberam o imunizante contra a covid-19 e são infectadas.

A bióloga e professora da Unila relatou que a transmissibilidade da cepa indiana do coronavírus é maior e sua carga viral chega a ser mil vezes superior à da alfa. Ela mencionou uma apresentação do órgão de controle de doença dos Estados Unidos, a qual aponta que a transmissão da delta assemelha-se com a da catapora pela rapidez.

A infecção dessa variante dura mais tempo e começa antes. “Enquanto nas outras variantes são mais ou menos seis dias após a exposição ao vírus para a pessoa ficar sintomática, na delta isso ocorre em quatro dias”, reportou Elaine. Alguém infectado pela variante delta pode transmiti-la para seis ou oito pessoas, sendo que esse contágio é de duas pessoas em média no caso das outras cepas.

Fronteira

Durante a entrevista ao Marco Zero, a professora Elaine Soares afirmou que a área de fronteira em que Foz do Iguaçu está inserida é parecida com uma região metropolitana, com fluxo maior de pessoas que se movimentam entre as várias cidades. Diante disso, seriam adequadas ações integradas. “A exposição é maior na fronteira, em que as cidades são totalmente integradas”, frisou.

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