Entre os conteúdos especiais pelos 110 anos de Foz do Iguaçu, o H2FOZ destaca a voz de moradores, de quem constrói a cidade dia a dia, usufrui ou sofre as consequências de decisões e de políticas públicas, a depender da efetividade dos gestores. São depoimentos em vídeo de pessoas de todas as idades e segmentos sociais, além de enquete à comunidade.
Durante todo este mês de junho, os iguaçuenses estão sendo convidados a responder a uma questão básica: o que falta para Foz do Iguaçu ser uma cidade melhor para os seus moradores? A intenção, tanto quanto ouvir o que a população tem a dizer, é estimular a reflexão sobre temas que afetam todos, isto é, exercitar a cidadania.
O momento é duplamente favorável, porque o aniversário do município é sempre boa hora para atiçar os brios do cidadão. É válido olhar para a cidade como quem deixa a ilha para fitá-la do alto e depois retorna para tateá-la, compará-la, afinal ela é a terra onde se planta e se colhe o pão.
Em segundo lugar, é ano de escolha de prefeito, vice e vereadores. São 17 cargos ocupados por mandatários escolhidos pelo eleitor, por meio do voto. Avaliar a cidade que se tem e pensar naquela que poderia ser é papel do morador, mas as mudanças almejadas não surgem de seres iluminados, senão da participação e da cobrança permanente da população.
Nas respostas dos moradores à enquete, as principais queixas são os problemas na saúde, o transporte público de má qualidade e a infraestrutura deficitária, sobrando críticas para as condições do asfalto e aos buracos nas ruas. Em relação ao desenvolvimento, é apontada a falta de um projeto para diversificar a economia, a fim de gerar melhores empregos.
A atuação de gestores municipais também é colocada na balança, sendo sentida a falta de visão e de planejamento. E uma reclamação fundada reflete sobre a forma de aplicação dos royalties que a cidade recebe como compensação financeira pelo aproveitamento do Rio Paraná para a geração de energia pela Itaipu Binacional – parte desse recurso é usada em custeio da máquina pública, não em novas frentes de crescimento.
Uma receita simples sugere que Foz do Iguaçu deva ser governada com os olhos voltados para os moradores, não apenas para turistas. Essa provocação de um iguaçuense somente atualiza um slogan repetidamente usado por gestores de posse de seus cargos, o qual diz que uma cidade boa para o cidadão o é também para o visitante. Falta-lhes praticá-lo.
Atendimento na saúde deficitário e ausência de oportunidades são problemas de maior ou menor gravidade conforme a gestão da cidade é conduzida. Nunca é demais repetir que Foz do Iguaçu conta com um orçamento de R$ 1,9 bilhão. Nem perguntar, uma vez mais: o que falta para Foz do Iguaçu ser uma cidade melhor para os seus moradores?
