Filosofia do martelo

Professor Caverna estreia a coluna “Filosofia para o dia a dia” no H2FOZ para sacudir a selva de pedra.

Por Professor Caverna – OPINIÃO

A expressão “filosofia do martelo” está relacionada ao filósofo Friedrich Nietzsche e sua abordagem crítica em relação à filosofia tradicional. Nietzsche usou a metáfora do martelo para descrever sua atitude de questionamento e destruição dos valores e conceitos estabelecidos pela cultura ocidental.

Ele acreditava que a filosofia tradicional era baseada em suposições e ideias ultrapassadas, e defendia uma nova abordagem filosófica que valorizasse a individualidade, a vontade de potência e a busca por uma vida autêntica. A expressão “filosofia do martelo” simboliza essa postura crítica e destrutiva de Nietzsche em relação aos valores estabelecidos.

Os valores para Nietzsche são conceitos fundamentais em sua filosofia. Nietzsche criticou fortemente os valores tradicionais da moralidade ocidental, argumentando que eles eram baseados em ilusões e repressões. Para Nietzsche, os valores são construções humanas que refletem as necessidades e desejos de uma determinada cultura ou sociedade em um determinado momento histórico.

Nietzsche acreditava que os valores estabelecidos eram impostos às pessoas como uma forma de controle e domesticação, reprimindo sua verdadeira natureza e potencial criativo. Ele propôs uma “transmutação dos valores”, uma reavaliação radical dos princípios morais e éticos, buscando uma nova perspectiva que permitisse a expressão plena da individualidade e a superação das limitações impostas pela moralidade tradicional.

Para Nietzsche, os valores autênticos são aqueles que surgem da vontade de poder, uma força vital que impulsiona a vida e busca sua própria afirmação. Ele valorizava a força, a vitalidade, a criatividade e a superação dos limites como aspectos fundamentais da existência humana. Nietzsche também enfatizava a importância da perspectiva individual na definição dos valores, argumentando que cada pessoa deve criar seus próprios valores com base em sua própria experiência e intuição.

Em resumo, para Nietzsche, os valores são construções humanas que refletem as necessidades e desejos de uma determinada cultura ou sociedade. Ele propôs uma reavaliação radical dos valores estabelecidos, buscando uma nova perspectiva que permitisse a expressão plena da individualidade e a superação das limitações impostas pela moralidade tradicional.

Caverna é professor de Filosofia, criador de conteúdo digital e coordenador do projeto “Café Filosófico” em Foz do Iguaçu.

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10 Comentários
  1. Paulo Diz

    Isso serve para o ” herói ” de Crime e Castigo matar a velhinha agiota e para Hitler matar 6 milhões de Judeus indefesos . Mas não deixa de ser um pensamento bonitinho …

  2. Roberto Bentão Diz

    Para se entender Nietzsche e qualquer filósofo, deve-se ler e pesquisar a história, o que está por trás da pessoa e seus contextos.
    Acredito, que o martelo nas palavras do filósofo continua produzindo galos na testa dos limitados de cultura e preguiçosos da leitura.

  3. Cíntia Diz

    Essa aula maravilhosa e gratuita serve para disseminar cultura para um país carente dela. Boas vindas Caverna e sucesso! Já quero mais!

  4. Pancho Mendoza Diz

    Nada contra a individualidade nem contra a busca por uma vida autêntica, muito pelo contrário. Mas desenjaular a vontade de potencia seria uma volta à “ética” que imperou nos tempos da caverna e que até hoje sustenta ideologias escravocratas; de usurpação e belicistas.
    Dê ao homem poder e estarás libertando o “Hades” do inframundo do espírito humano.

  5. Alessio Fontano Diz

    Na minha humilde opinião, Nietzsche rodou, rodou e correu atrás do próprio rabo, pois não conseguiu provar nada e continua sem provar. Os valores tradicionais trazem liberdade ao ser humano, ainda que, num primeiro momento passe a ideia de que aprisiona o ser humano.

  6. Luiz Henrique Mendonça Dantas Diz

    Na minha modesta percepção creio piamente na necessidade constante no processo de revisão das “nossas convicções” com vistas a liberdade de expressão e participação popular na construção de uma sociedade mais plena!

  7. Paulo Roberto dos Santos Diz

    Nós anos cinquenta os valores morais proibiam a mulher de fumar na rua… Nos anos oitenta a mulher fazia propaganda de cigarro na TV… Atualmente uma nova perspectiva que permitisse a expressão plena da individualidade e a superação das limitações impostas pela moralidade tradicional podem levar uma mulher aorte por feminicidas.

  8. Antonio Diz

    Nietzsche, eu costumo defini-lo como o filosofo da suspeita. Em todo seu pensamento isso fica e evidentente, essa abordagem forte do martelo onde ele criticada ate Sócrate e a filosofia tradicional uma característica peculiar em todo o pensamento de Nietzsche, ele foi um grande quebrador de paradigma.

  9. Maurício Cesar de Almeida Dalessi Diz

    Nietzsche veio para mudar para transformar para conflitar. A filosofia não deve nunca ser um fim, mas um meio, daí a necessidade de se questionar de quebrar paradigmas. Cada um de nós, a partir de uma construção interior, com o que se tem a respeito do coletivo relacionado aos conceitos morais, segue sua vida baseado nestes conceitos. O que não parece salutar é pensar que a minha a sua a nossa filosofia de vida nunca poderá ser alterada em função de conceitos pre estabelecidos que não são meios, apenas fim.

  10. Roberto Diz

    A supervalorização do entendimento individual de cada um,com certeza, jamais permitirá uma vida harmoniosa em sociedade. Penso que, é preciso ter o entendimento mais pleno possível sobre nós mesmos,sem jamais sobrepujar o entendimento dos demais. Ou, seríamos nós contexto do super indivíduo, eternos lobos solitários.

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