Quem é você ao pensar a Justiça?

O conceito de Justiça ao longo da historiografia sempre mudou e provavelmente continuará a mudar.

Hoje começo a escrita pensado em proporcionar um questionamento muito simples aos leitores aqui. Quem é você ao pensar na palavra JUSTIÇA?

O conceito de Justiça ao longo da historiografia sempre mudou e provavelmente continuará a mudar. Na Grécia foi a personificação da deusa Temis, em Roma, relaciona-se ao direito e a qualidade de ser justo, no Código de Hamurabi, foi responsabilidade profissional e penalidades, nas Leis de Manu, foi a regulamentação das castas e por ai se segue.

Na Grécia em sentido amplo, justiça (Dikaiosyne – Δικαιοσύνη) representa a personificação de uma integridade moral relacionada ao Estado e aos governos, varia de acordo com a pessoa e o contexto, mas geralmente é entendido como um princípio moral que inspira o respeito pelos direitos de cada pessoa e pela atribuição do que é devido a cada um.

Ao pesquisar algumas personalidades encontramos Trasímaco, que foi um sofista na Grécia Antiga, viveu no século V a.C.. Ele é mais conhecido por sua participação no diálogo República, de Platão, no qual defende a tese de que a justiça é o interesse do mais forte. É apontado pela historiografia ocidental como educador, pensador e sofista.

Trasímaco defende que a justiça é o interesse do mais forte, a justiça é o que é vantajoso para os poderosos. Justo é o que beneficia os poderosos, e o que é injusto é o que os prejudica. O poder é a capacidade de fazer o que se quer, sem ser impedido por ninguém. Ou seja, os poderosos são aqueles que têm poder político e econômico para o contexto grego clássico. Ele argumenta que os ricos podem fazer o que quiserem, pois ninguém pode puni-los.

Sofista é um termo comumente utilizado por pensadores antigos e contemporâneos atribuído aos personagens da Grécia Clássica que se dedicavam à educação e à arte da retórica sem um compromisso de fato com a verdade em si. Alguns sofistas acreditavam que apenas os ricos e poderosos deveriam participar das decisões políticas. Além disso, eles não tinham compromisso com a verdade, falando de forma um pouco hiperbólica segundo Sócrates através de Platão.

Sócrates valorizava a lógica e a forma dos argumentos dialéticos, enquanto os sofistas valorizavam a retórica, a arte de falar bem. Para Sócrates, o conhecimento era uma busca pela verdade, ou mesmo o ato de entender a própria ignorância, enquanto para os sofistas, o conhecimento era uma forma de vencer o outro, ganhar dinheiro e poder. O pensamento de Sócrates pode ser resumido na seguinte frase: “Conhece-te a ti mesmo”. Tal acreditava que o conhecimento de si mesmo era a chave para a felicidade e a virtude e o bem viver. Também alegava que o conhecimento era um bem em si mesmo, e que não deveria ser usado para fins egoístas.

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Sócrates acreditava que a justiça era a virtude mais importante, e que ela era essencial para uma sociedade harmoniosa. Ele definia a justiça como “dar a cada um o que é devido”. Dar a cada um o que é devido significava respeitar os direitos de todos os indivíduos, independentemente de sua posição social ou riqueza. Ele acreditava que a justiça era a única forma de garantir a paz e a harmonia na sociedade.

A ideia central aqui proposta não é definir o pensamento em si, mas sim gerar o questionamento em você humano sobre como pensamos no dia a dia quando enfrentamos inúmeras situações rotineiras em vossos estados mentais. É bem comum acharmos que somos justos e éticos, mas será mesmo que somos? Pensamos e executamos? Ajudamos a senhor a atravessar a rua? Ajudamos o próprio eu? Pensamos apenas na justiça no trabalho? No futebol? No trânsito? Ou? Sou o que penso? Ou o que faço? Ou sou aquilo que digo?

Caverna é professor de Filosofia, criador de conteúdo digital e coordenador do projeto “Café Filosófico” em Foz do Iguaçu.

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