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Filosofia

Um outro exercício dialético

Professor Caverna convida Cláudio Siqueira para refletir sobre Foz do Iguaçu e seus problemas.

3 min de leitura

Por Cláudio Siqueira

Foz tem atrativos turísticos, mas não é uma cidade turística
Foz aparece em ranques, catálogos e postais.
Mas fora do quadro da selfie, a cidade segue inacabada.
Os atrativos são ilhas. A cidade, um entreposto.
Cataratas, Itaipu, Marco — todos fazem parte de um circuito sem cidade.
O centro é abandonado, os bairros são esquecidos, a mobilidade é precária.
O turismo existe — mas a cidade não é chamada para a festa.
O morador não é sujeito da experiência turística.
É mão de obra. Ou obstáculo.

O que é público também opera como privado
Cataratas é parque nacional. Mas é tarifa alta, empresa privada e marketing corporativo.
O discurso é de preservação — mas a lógica é de extração.
A concessão esconde a expropriação.
O território continua público, mas os serviços são operados como negócio.
O mesmo vale para o Marco e Itaipu.
A cidade cede espaço, o capital agradece — e recolhe os lucros.
Público, aqui, virou fachada.
Quem manda é a planilha.

O trabalho no turismo é precarizado e descartável
Sim, o turismo emprega. Mas em que condições?
Terceirização, salário baixo, jornada estendida, zero estabilidade.
Não há plano de carreira.
Não há sindicato forte.
Não há política pública de formação que vá além de panfleto.
O trabalhador do turismo é bilíngue, trilíngue, poliglota — mas invisível.
Sabe sorrir — mas vive endividado.
Carrega o espetáculo nas costas — e nem é chamado para o aplauso.

O turismo gera receita, mas não redistribui
A cidade fatura, sim. Mas o dinheiro escorre.
Recolhe-se ISS, mas o grosso vai para fora.
Foz é usada como vitrine. O lucro segue pela BR-277.
Enquanto isso, no Morumbi, no Porto Meira, na Vila C, falta tudo.
O trade turístico se organiza como classe dominante.
O povo segue como espectador do seu próprio território.
É desenvolvimento que não desenvolve.
É riqueza que empobrece.

A cidade precisa do turismo — mas o turismo sangra a cidade
Aqui está a tensão real.
Foz precisa do turismo. Mas o turismo, como está, suga mais do que entrega.

Convite Especial: Café Filosófico

Reflexões para Pais e Filhos

Prezadas famílias!
Temos o prazer de convidá-los para o V Café Filosófico, um encontro especial onde pais e filhos poderão compartilhar um momento de reflexão e diálogo sobre os dilemas da vida.


Em um mundo repleto de desafios e mudanças constantes, criar espaços para conversas significativas fortalece os laços familiares e amplia nossa visão de mundo. Neste evento, vamos explorar juntos questões que nos fazem pensar, crescer e nos conectar de maneira mais profunda.


Por que participar?
✔ Fortaleça a relação com seu filho(a) por meio do diálogo
✔ Reflita sobre valores, escolhas e desafios da vida
✔ Compartilhe ideias em um ambiente acolhedor e inspirador

Data e local: Zeppelin

Contaremos com um ambiente descontraído e um delicioso café para tornar este momento ainda mais especial!
Venha viver essa experiência enriquecedora conosco! Sua presença fará toda a diferença.
Esperamos você e sua família!

Ingressos para o V Café Filosófico:

https://cafefilosoficoo.lojavirtualnuvem.com.br/produtos/1-lote-ingressos

Comunidade do “Café Filosófico” no WHATSAPP:

https://chat.whatsapp.com/Ewehn3zxEBr6U0z96uZllP

Obs. Caro leitor, o objetivo aqui é estimular a sua reflexão filosófica, nada mais! mais nada!

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Assuntos

Professor Caverna

Caverna é professor de Filosofia, criador de conteúdo digital e coordenador do projeto “Café Filosófico” em Foz do Iguaçu.

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