Arrependido, vice-presidente do Paraguai desiste de renunciar ao cargo

No último dia 12, Hugo Velázquez recebeu sanções do governo dos Estados Unidos, que o considera “significativamente corrupto”.

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No último dia 12, Hugo Velázquez recebeu sanções do governo dos Estados Unidos, que o considera “significativamente corrupto”.

Vice-presidente do Paraguai desde 2018, o ex-promotor Hugo Velázquez mudou de ideia sobre o anúncio feito na sexta-feira passada (12), de que renunciaria ao cargo e deixaria a vida pública. As declarações foram dadas horas após ter seu nome incluído em uma lista de pessoas “significativamente corruptas” pelo governo dos Estados Unidos.

Velázquez, que era o nome governista para representar o Partido Colorado na disputa para a Presidência da República em abril de 2023, desistiu também da pré-candidatura. A chapa da ala ligada ao presidente Mario Abdo Benítez na disputa interna colorada, agora é encabeçada pelo ex-pastor menonita e ex-ministro Arnoldo Wiens.

Anúncio feito por Velázquez no dia 12, no qual dizia: “Renunciarei de forma imediata ao cargo de vice-presidente da República”.

Em nova entrevista nessa quinta-feira (18), o vice-presidente disse à rádio Monumental AM, de Assunção, que quer detalhes das acusações formuladas pelo governo estadunidense antes de dar a palavra final sobre sua permanência no governo.

“Se eu renunciar sem que pelo menos a população saiba do que trata a denúncia, então vai ficar como se fosse uma realidade e eu passarei à história como alguém que foi tirado do cargo por corrupção. Quero sair para me defender como um cidadão comum, mas, pelo menos, quero saber quem me investigou, onde ocorreu e do que se trata”, afirmou.

Já quanto à disputa presidencial, Velázquez confirmou que não voltará à corrida. “Isso é algo definitivo, vou acompanhar a pré-candidatura de Wiens. Algumas pessoas me questionaram por ter renunciado [à pré-candidatura] sem consultar, mas fiz isso pela saúde do movimento. Todos estamos trabalhando por Arnoldo”, pontuou.

No Congresso paraguaio, deputados e senadores de oposição cogitam apresentar pedido de abertura de um processo de destituição do vice-presidente, o que dependeria, porém, do recebimento de documentos oficiais a respeito das acusações.

Informações veiculadas pela imprensa de Assunção dão conta de que o caso considerado pelos EUA para a inclusão de Velázquez na Lista Engel é o de um suposto pagamento de suborno para obstruir um procedimento judicial em curso. Pelo mesmo motivo, um assessor da binacional Yacyretá foi penalizado com as mesmas sanções.

Hugo Velázquez e familiares próximos estão proibidos de entrar nos Estados Unidos, país que determinou também o congelamento de eventuais bens e ativos armazenados em seu território. O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai solicitou informação oficial sobre as punições aplicadas.

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