Governistas lançam ex-pastor evangélico para a presidência do Paraguai

Arnoldo Wiens substitui Hugo Velázquez, que saiu da corrida após ser alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos.

Atual ministro de Obras Públicas e Comunicações, o ex-pastor evangélico Arnoldo Wiens foi escolhido para substituir Hugo Velázquez como o postulante governista na disputa interna que vai definir, em dezembro, o presidenciável do Partido Colorado nas eleições gerais marcadas para abril de 2023 no Paraguai.

Para ser ungido como candidato, Wiens, de 57 anos, terá de derrotar concorrentes como o economista Santiago Peña, 43, apoiado pelo ex-presidente Horacio Cartes. A chapa do Movimento Força Republicana, ligado ao presidente Mario Abdo Benítez, terá o ex-pastor como presidenciável e Juan Manuel Brunetti, ex-ministro da Educação, como vice.

“Venho hoje anunciar minha pré-candidatura pelo Movimento Força Republicana, do Partido Colorado. Quero dizer que estamos mais fortalecidos que nunca, porque as adversidades no caminho fazem com que tenhamos que mostrar, como paraguaios e colorados, quem nós somos realmente”, discursou Wiens, durante evento partidário.

Na sexta-feira (12), o vice-presidente Hugo Velázquez, então pré-candidato governista, foi incluído pelos Estados Unidos na Lista Engel, que impõe sanções como proibição de entrada em território estadunidense ou de movimentação de bens registrados no país.

Em entrevista logo após o anúncio da inclusão na lista, Velázquez comunicou sua desistência da corrida eleitoral e disse que pretende renunciar ao cargo de vice-presidente, para defender-se como cidadão. A alegação do Departamento de Estado dos EUA para as sanções é que Velázquez estaria envolvido em casos de corrupção.

Arnoldo Wiens Dürksen, o substituto, nasceu em Itacurubí de la Cordillera, nos arredores de Assunção, em 1964. Notabilizou-se como pregador na Igreja Menonita e apresentador de programas de rádio e televisão. Senador de 2013 a 2018, exerce, no atual governo, um dos cargos mais importantes, o de ministro de Obras Públicas e Comunicações.

No sistema eleitoral do Paraguai, não existe reeleição para presidente. Padres, pastores e sacerdotes de qualquer religião precisam abandonar a carreira religiosa se pretendem entrar para a política partidária. A eleição é em turno único, e o Partido Colorado, que perdeu apenas uma eleição nas últimas oito décadas, larga sempre como franco favorito.

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