Em cúpula na fronteira, Brasil assume presidência do Mercosul

Governo brasileiro comandará o bloco pelos próximos seis meses; encontro regional ocorreu na cidade argentina de Puerto Iguazú.

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O governo brasileiro assumiu, no início da tarde desta terça-feira (4), a presidência semestral do Mercosul, bloco integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela (suspensa desde 2017). A cúpula, com a presença dos chefes de estado, teve como cenário o hotel argentino das Cataratas do Iguaçu, em Puerto Iguazú.

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O evento foi organizado pela Argentina, que exerceu o comando do Mercosul nos primeiros seis meses de 2023. Ao término da programação, o anfitrião Alberto Fernández repassou a presidência do bloco para o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, na presença de Mario Abdo Benítez (Paraguai) e Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai).

Em seu discurso, Lula disse esperar que o acordo comercial com a União Europeia (UE) seja posto em prática [nota da redação: é necessária a aprovação dos parlamentos de todos os países do Mercosul e da UE], mas que as exigências adicionais apresentadas pelo bloco europeu são inaceitáveis.

“O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, afirmou o presidente.

Apesar das críticas, Lula agregou que está “comprometido com a conclusão do acordo com a União Europeia, que deve ser equilibrado e assegurar o espaço necessário para adoção de políticas públicas em prol da integração produtiva e da reindustrialização”.

O chefe de estado brasileiro também citou os acordos em discussão com países como Canadá, Coreia do Sul e Cingapura, além de “novas frentes de negociação com parceiros como a China, a Indonésia, o Vietnã e com países da América Central e Caribe”. O Uruguai é o principal crítico da demora nas negociações entre Mercosul e terceiros.

Moeda comum

Já quanto às discussões para a adoção de uma moeda comum para as transações entre os países do bloco, Lula disse falar de “uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais”. Segundo o presidente, a ideia é “reduzir custos e facilitar ainda mais a convergência”.

No entender de Lula, “combater o ressurgimento do protecionismo no mundo, implica resgatar o protagonismo do Mercosul na Organização Mundial do Comércio”. A próxima cúpula semestral do bloco está prevista para dezembro, no Brasil, em local ainda a ser definido pelo governo brasileiro.

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