Estiagem nos rios da fronteira agrava falta de água em Puerto Iguazú

Problema é histórico na cidade argentina, cujo abastecimento vem do Rio Iguaçu e de poços artesianos.

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A estiagem que afeta os rios da fronteira e prejudica a recomposição dos lençóis freáticos está agravando um problema crônico no lado argentino da fronteira: a dificuldade para a captação e a distribuição de água potável aos moradores de Puerto Iguazú, a cargo do estatal Instituto Misionero de Água e Saneamento (IMAS).

De acordo com o portal La Voz de Cataratas, na semana passada, deputados da província de Misiones estiveram na cidade para discutir soluções com os integrantes do Comitê de Crise, organizado pela própria população local, que questiona a demora na execução de obras para a ampliação da estrutura.

Atualmente, a água utilizada no município vem do Rio Iguaçu ou de poços artesianos. Quando o volume do rio chega a níveis críticos, abaixo de 400 m³/s (metros cúbicos por segundo), o bombeamento é prejudicado. Na manhã desta segunda (9), às 10h, a vazão era de 759 m³/s, com tendência de redução.

Entre as soluções propostas, a melhoria nos equipamentos de extração e a modernização da rede de distribuição, com o intuito de diminuir perdas e fazer com que mais residências sejam atendidas. Nos períodos mais críticos, o abastecimento em alguns bairros é possível, apenas, com o uso de caminhões-pipa.

No Conselho Deliberante (órgão equivalente à Câmara Municipal), uma resolução aprovada em julho prevê parcerias para a perfuração de poços e reforço na frota de caminhões. Um projeto de lei destinando recursos para investimentos em Puerto Iguazú deve ser apresentado no parlamento provincial, mas ainda não há confirmação de data e montante.

Emergência hídrica

Também na semana passada, uma comitiva liderada por Gabriel Gasparutti, subsecretário de Gestão de Risco e Defesa Civil do governo federal argentino, esteve em Misiones para avaliar a situação de emergência hídrica decretada no último dia 30 pelo governador Oscar Herrera Ahuad.

Além da falta de água, a província está alerta quanto aos riscos de incêndios em áreas florestais, rurais e urbanas. O uso do fogo para queimadas controladas está proibido, com previsão de multa para proprietários rurais que desrespeitarem o decreto. A previsão é a de que o tempo seco predomine pelo menos até o início da primavera.

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