Foz do Iguaçu e Presidente Franco se unem para manter o nome da Ponte da Integração

Lideranças da sociedade civil e do poder público das duas cidades irão atuar em conjunto contra o projeto do deputado Evandro Roman.

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Lideranças da sociedade civil e do poder público das duas cidades irão atuar em conjunto contra o projeto do deputado Evandro Roman.

Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codefoz) nessa sexta-feira, 20, marcou a união entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco para manter o nome da Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai. Foram definidas diversas ações a serem realizadas pela sociedade civil e poder público das duas cidades, que serão ligadas pela nova via.

A plenária aprovou documento assinado por lideranças e autoridades públicas a ser enviado ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedindo a rejeição do projeto deliberado pela Câmara Federal, que propõe nomear a ponte de “Jaime Lerner”. Os três senadores do Paraná serão mobilizados para defender a designação Ponte da Integração.

Presente à plenária do Codefoz, a prefeita de Presidente Franco, Julia Ferreira, afirmou que o município está convocando o Governo de Alto Paraná, os órgãos de relações internacionais e a presidência do Paraguai em prol da manutenção da nomenclatura Ponte da Integração. A articulação tem o apoio do Conselho de Desenvolvimento Trinacional (Codetri).

“Exigimos respeito em nome da cidade de Presidente Franco e do Paraguai, pois não fomos ouvidos para essa mudança de nome da ponte”, enfatizou a prefeita. “Nosso país é parte da Itaipu, que está custeando a obra, e, como povos irmãos, deveríamos ter sido consultados. Não estamos de acordo e não aceitaremos essa alteração”, disse a gestora.

Mesa diretora do Codefoz e o prefeito Chico Brasileiro – Foto: Marcos Labanca

O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, garantiu o apoio da administração. “Reafirmamos que a prefeitura está junto neste entendimento de que é Ponte da Integração, é assim que ela será chamada. Endossamos essa compreensão da sociedade iguaçuense e de Presidente Franco”, pontuou.

O chefe de gabinete da direção brasileira da Itaipu Binacional, coronel Robson Rodrigues de Oliveira, sintetizou o clamor da comunidade da região. “Há uma pedra fundamental da obra em que consta Ponte da Integração. Nosso pleito é muito simples: manter o nome já escolhido e consolidado trinacionalmente”, asseverou o gestor, que é vice-presidente do Codefoz.

Indignação

Presidente do Codefoz, Felipe Gonzalez ressaltou que o nome de Ponte da Integração confirma uma longa história de amizade e harmonia entre os países da fronteira. “Temos as pontes da Amizade, da Fraternidade e, agora, a da Integração. Isso mostra o quanto somos unidos nas Três Fronteiras e seguiremos assim, sem aceitar interferências”, declarou.

“Apresento toda a minha indignação a esse deputado que é autor do projeto para mudar o nome da ponte”, frisou o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACIFI), Faisal Ismail. “Foi uma iniciativa desrespeitosa, tomada isoladamente, sem qualquer consulta às lideranças e autoridades da fronteira”, completou.

União institucional

Vários vereadores iguaçuenses participaram da plenária do Codefoz, reagindo enfaticamente contra a proposta que pretende dar outro nome para a nova ponte internacional entre o Brasil e o Paraguai. O Legislativo também adotará novas medidas a favor da designação escolhida e já popularizada nas Três Fronteiras.

“É uma arbitrariedade, um projeto inoportuno que quer personalizar uma ponte que representa a integração, a união de dois países”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal, vereador Ney Patrício (PSD). “Essa proposta, sem ouvir nem consultar as cidades da fronteira, tem uma intenção meramente política”, denunciou.

Documento

A moção endereçada ao Senado Federal é firmada pelo prefeito Chico Brasileiro, pelo presidente da Câmara, Ney Patrício, e pelos diretores do Codefoz, Felipe Gonzalez, coronel Robson Rodrigues de Oliveira e Rodiney Alamini. Também assinam os presidentes da ACIFI, Faisal Ismail; do Conselho Municipal de Turismo, Yuri Benites; e da Associação de Arquitetos, Agrônomos e Engenheiros de Foz do Iguaçu, Márcia Porto.

O texto afirma que projeto que nomeia a ponte de “Jaime Lerner” tramitou com urgência no Legislativo federal, anulando o debate e retirando da população da fronteira o direito de exprimir opinião. Enfatiza que a obra é uma reivindicação histórica da região e que irá gerar um novo ciclo desenvolvimentista.

“Não há proposição merecedora de avançar quando o seu propósito e conteúdos contrariam o interesse dos representados pelo Poder Legislativo”, conclui o pedido para que o Senado Federal rejeite o projeto. Clique aqui para acessar a íntegra do documento.

Contexto

Sem qualquer consulta ou aval de lideranças e autoridades públicas da fronteira, o deputado Evandro Roman (Patriota-PR) apresentou o Projeto de Lei (PL) 1.984/2021, aprovado na Câmara Federal. A matéria será deliberada no Senado Federal.

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