Operação Capital prende quadrilha que movimentava até R$ 3,8 milhões por noite na fronteira

De acordo com a PF, grupo especializado no contrabando de cigarros teria cooptado policiais na região de Guaíra.

Apoie! Siga-nos no Google News

De acordo com a PF, grupo especializado no contrabando de cigarros teria cooptado policiais na região de Guaíra.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9), a Operação Capital, com o objetivo de desarticular organização criminosa que atuava no transporte de cigarros contrabandeados do Paraguai. Os produtos eram adquiridos na região de Salto del Guairá e trazidos ao Brasil por rotas clandestinas entre Guaíra e Altônia.

O nome “Capital” é uma referência à forma pela qual os envolvidos chamavam Altônia. As investigações duraram sete meses e resultaram na emissão de 96 mandados de busca e apreensão e 66 de prisão preventiva em Guaíra, Terra Roxa, Iporã, Francisco Alves, Umuarama, Cafezal do Sul, Altônia, no Paraná; e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Investigações tiveram participação do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron). Imagem: Polícia Federal

Os mandados judiciais foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra, mobilizando mais de 400 policiais para o cumprimento. A justiça determinou, também, o sequestro de 31 bens imóveis e o bloqueio de contas abertas em nome dos suspeitos apontados como chefes da organização.

De acordo com a PF, a quadrilha tinha pelo menos 100 integrantes, grande parte dos quais, atuando como “olheiros” para alertar o grupo a respeito da movimentação de viaturas nas estradas e pontos de travessia.

“As investigações revelaram, ainda, que a organização teria cooptado policiais militares que atuam na região, os quais recebiam propina para facilitar as atividades criminosas, prestando informações sobre a atuação das forças de segurança, fazendo ‘vista grossa’ para a atividade ou dando cobertura aos criminosos”, informa a PF.

Carros de passeio eram carregados com os cigarros clandestinos. Imagem: Polícia Federal

Em uma única noite, o grupo teria introduzido ilegalmente no Brasil 750.000 maços de cigarros, avaliados em R$ 3,8 milhões, no cálculo que leva em conta o valor de revenda do produto paraguaio nas grandes cidades brasileiras.

Ainda conforme a PF, “os investigados responderão pela prática de crimes de contrabando, participação em organização criminosa e corrupção ativa e passiva, cujas penas somadas podem ultrapassar 25 anos de reclusão”.

As investigações contaram com o apoio da Polícia Militar do Estado do Paraná e Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no âmbito da Operação Controle Brasil, que integra diversos órgãos para o combate a delitos como contrabando e descaminho de bebidas, fumo e insumos agrícolas.

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.