Paraguai prende brasileiros suspeitos de atentado contra chefe policial

Investigações apontam que tentativa de assassinato teria sido ordenada por traficantes que atuam na fronteira.

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Investigações apontam que tentativa de assassinato teria sido ordenada por traficantes que atuam na fronteira.

A Polícia Nacional do Paraguai prendeu três brasileiros suspeitos de participação no atentado contra o subdelegado Fernando Ariel Ruiz Díaz Ortega. A tentativa de homicídio ocorreu na segunda-feira (25), em Juan León Mallorquín. Ruiz Díaz representa a corporação no Comando Tripartite, que reúne as polícias dos três países da fronteira.

As prisões foram efetuadas horas após o crime, em uma área de mata próxima ao local onde houve o abandono da caminhonete usada para o ataque. Adriano BL, de 40 anos, Andrés NS, 18, e Wilson FNP, 31, seriam os autores dos pelo menos 14 disparos que atingiram o veículo do policial, que reagiu à abordagem e escapou sem ferimentos.

No procedimento que levou à localização dos suspeitos, ocorreu nova troca de tiros, com Adriano e Andrés ficando feridos e sendo encaminhados a um hospital, sem risco à vida. Na sequência, os três foram conduzidos à sede da Polícia Nacional em Ciudad del Este, onde permanecem à disposição da Justiça.

Em poder dos suspeitos, foram apreendidos três coletes balísticos, um fuzil calibre 5.56 e um carregador. Os investigadores descobriram, ainda, que o trio estava vivendo em uma quitinete situada a poucos metros do local do atentado. O imóvel foi alugado no início do mês e era usado como base para monitorar os passos do policial paraguaio.

Já quanto à autoria intelectual do ataque, o delegado Feliciano Martínez, chefe de Investigações no Alto Paraná, disse à rádio Monumental AM, de Assunção, que dois traficantes brasileiros, ligados a uma facção criminosa que atua na região fronteiriça, teriam desembolsado US$ 50 mil pela “encomenda”.

Alto risco

Em declarações ao jornal La Nación, o subdelegado Fernando Ariel Ruiz Díaz Ortega afirmou que, apesar da natureza sensível de seu trabalho, não esperava ser alvo de um atentado. “Há casos em que a pessoa já pensava que podia ocorrer, porque vinha recebendo ameaças. No meu caso, não foi assim”, relatou.

“Como qualquer mortal, é um fato traumático o que me aconteceu. O importante é que continuo com vida”, testemunhou Ruiz Díaz. “Estou em uma pasta muito sensível, que vinha encarando muitas ações com nossos pares brasileiros. Estávamos em expansão de projetos internacionais de relevância, para fortalecer mais o Comando Tripartite.”

As investigações sobre o envolvimento de outros indivíduos continuam, bem como a coleta de provas para vincular os três detidos aos supostos mandantes. Uma das operações mais recentes com a participação do subdelegado Ruiz Díaz foi a prisão de uma quadrilha que planejava sequestrar um fazendeiro brasileiro no interior do Paraguai.

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