O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), dos Estados Unidos, incluiu a empresa Tabacalera del Este S.A. (Tabesa), maior fabricante de cigarros do Paraguai, na lista de empresas sancionadas pelo governo estadunidense. As limitações incluem restrições às operações da companhia nos EUA.

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A informação foi comunicada pela OFAC, nesta sexta-feira (31), via Embaixada dos Estados Unidos em Assunção. Em nota enviada à imprensa, a representação diplomática detalha que as sanções à empresa estão relacionadas à participação do ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes (2013–2018), na sociedade empresarial.

“Em 31 de março de 2023, a OFAC identificou a Tabesa como uma entidade que pertence, direta ou indiretamente, em 50% ou mais, a Horacio Cartes, e adicionou a Tabesa à Lista de Pessoas Bloqueadas e Nacionais Especialmente Designados (SDN)”, menciona a nota emitida pela embaixada.

Em julho do ano passado, Horacio Cartes e familiares próximos foram incluídos na lista de pessoas com proibição de ingresso e de movimentação de bens e ativos financeiros nos Estados Unidos, sob acusação de envolvimento em atos de corrupção. Em janeiro de 2023, um novo pacote de sanções pessoais foi anunciado.

Desde então, Cartes tem se desvinculado das empresas das quais era proprietário ou sócio, para que não sejam alvo de bloqueios ou punições. O Grupo Cartes, que reúne as companhias, está em processo de mudança de composição. No entender da OFAC, no entanto, o ex-presidente continuaria operando nos bastidores.

Gigante industrial

Com cerca de mil funcionários diretos, a Tabesa tem fábrica na cidade fronteiriça de Hernandarias, onde produz algumas das marcas de cigarros mais conhecidas do Paraguai, como Palermo, San Marino, Eight, Kentucky, Laredo, TE, Ibiza, Marine, Santa Fe e Austin. A empresa é, também, uma das maiores pagadoras de impostos do país.

No momento da publicação da notícia, às 14h de sexta-feira, Horacio Cartes e Tabesa ainda não tinham se posicionado sobre as sanções, anunciadas no final da manhã. O governista Partido Colorado, do qual Cartes é o atual presidente, também não comentou o tema, manchete central dos principais veículos de comunicação do Paraguai.