Trégua nos bloqueios deve normalizar movimento em Ciudad del Este, nesta sexta, 18

Sindicatos de transportadores em geral decidiram esperar decisões de Assunção.

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Sindicatos de transportadores em geral decidiram esperar decisões de Assunção.

Depois de quatro dias de mobilizações, com fechamento intermitente inclusive das pistas da Ponte da Amizade, os sindicatos de transportadores de Ciudad del Este decidiram interromper os protestos, à espera de alguma novidade em relação a decisões do Congresso Nacional e a encontros de lideranças com o governo em Assunção, nesta sexta-feira, 18.

Espera-se que haja atividades normais na área comercial, nesta sexta-feira e em todo o final de semana, diz o jornal La Clave.

Os próprios trabalhadores de transportes já estavam sofrendo com a falta de recursos devido à paralisação de suas atividades, em protesto contra o aumento dos combustíveis. Alguns até faziam o protesto de forma escalonada com a jornada de trabalho, explicando que suas famílias dependem do que eles ganham.

A briga entre mototaxistas e caminhoneiros, na quinta, pode ter influenciado a decisão de uma trégua nas manifestações, devido ao alto estresse que já estava se manifestando entre os profissionais de transporte (veja no link ao final do texto).

REUNIÕES EM ASSUNÇÃO

Em Assunção, já houve um primeiro encontro entre lideranças dos caminhoneiros e representantes do governo. A primeira reunião foi no Ministério do Interior, na tentativa de chegar a um acordo sobre as medidas a serem adotadas frente ao aumento dos combustíveis, informa o jornal Última Hora.

Juan Godoy, um dos representantes dos caminhoneiros, disse que a categoria exige uma redução de 1.500 guaranis (R$ 1,36) no preço do óleo diesel, para interromper os bloqueios em rodovias, que continuam a ocorrer em vários pontos do país.

Há uma divisão entre o que pensam os diversos sindicatos de caminhoneiros. Alguns são favoráveis à criação de um fundo para estabilização dos preços dos combustíveis. O fundo, que deve ser discutido hoje no Congresso, seria capitalizado com um empréstimo inicial de US$ 100 milhões.

A ala de Juan Godoy, no entanto, discorda da criação do fundo mediante uma nova dívida para o país.

“Queremos que no nosso país o diesel custe o que tem que custar. Qual é a garantia de que o dinheiro será usados neste problema? E nós não queremos ser responsáveis por uma dívida de US$ 100 milhões”, disse Godoy, em entrevista coletiva.

O presidente da Federação de Caminhoneiros do Paraguai, Ángel Zaracho, defende que a estatal Petropar volte a regular o mercado. “O que desejamos é que o governo tome o controle. A Petropar não pode regular só a oferta e a demanda”, disse.

NO CONGRESSO

Alguns representantes dos caminhoneiros são a favor de que seja agilizada a aprovação do projeto de lei que cria o fundo de estabilização dos combustíveis e pedem ainda a eliminação do imposto seletivo sobre o consumo de combustíveis, para diminuir os preços.

O Senado terá uma sessão extraordinária, nesta sexta, exclusivamente para discutir o fundo de estabilização dos combustíveis. Na sessão de quinta-feira, faltou quórum.

O fundo será criado com um empréstimo do Banco de Desenvolvimento da América Latina, que bancará um gasto de US$ 25 milhões por mês para o diesel e outros US$ 10 milhões mensais para a gasolina.

ATUALIZAÇÃO

A sessão do Congresso Nacional do Paraguai está “praticamente desconvocada”, segundo o presidente do Congresso, senador Óscar Salomón. Já se prevê que não haverá quórum, já que muitos legisladores decidiram não participar da sessão, noticia o ABC Color.

A criação do fundo de estabilização dos combustíveis foi muito questionada, inclusive por muitos dos que seriam teoricamente beneficiados, como parte dos caminhoneiros.

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